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Clippings - 01/04/11

Estado do Rio busca atrair investimentos americanos

No rastro da visita do presidente Barack Obama ao Brasil, há duas semanas, o governo do Rio de Janeiro trouxe ontem uma comitiva a Washington para tentar atrair um público bastante arredio: os empresários americanos, que perderam, nos últimos anos, o posto de maiores investidores estrangeiros no país. Precisamos de mais empresas americanas no Brasil, disse o empresário Eike Batista, do grupo EBX, com negócios em áreas como energia, mineração e transportes. Os CEOs americanos pegam aviões para ir a lugares distantes como Xangai e Mumbai, mas está faltando ir para o Rio.

Em 2010, os investimentos diretos dos Estados Unidos no Brasil somaram US$ 6,204 bilhões, menos do que os US$ 6,695 bilhões da Holanda, os US$ 6,437 bilhões da Suíça e os estimados US$ 17 bilhões da China. Em anos anteriores, países como a Espanha passaram à frente dos Estados Unidos. Quando são somados os empréstimos intercompanhias, os americanos investiram mais US$ 4,3 bilhões em 2010, e os holandeses, mais US$ 2,5 bilhões. Os americanos, porém, repatriaram US$ 2,647 bilhões em investimentos diretos no ano passado.

Há grande falta de informação sobre o Brasil, afirmou o governador do Rio, Sérgio Cabral, durante o seminário Oportunidades de Negócios no Rio de Janeiro, organizado pela US Chamber of Commerce, Valor e Washington Post. Os franceses, espanhóis e alemíes sabem mais sobre o Brasil.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, acha que a visão dos americanos sobre o Brasil ainda está contaminada pelo ambiente de alta inflação e instabilidade econômica vigente antes do Plano Real. Ele conta que, há alguns anos, quando tentava atrair uma empresa americana ao Brasil, as nova gerações de administradores estavam entusiasmadas e aprovaram o plano em poucos dias. No conselho de administração da empresa, levou seis meses, porque havia dois membros que estavam à frente de empresas que fizeram investimentos na década de 80.

Eike disse que a empresa de logística de seu conglomerado, a LLX, conseguiu atrair coreanos, chineses e europeus para investir no porto de Açu, empreendimento de R$ 3,4 bilhões no norte do Rio. Faltam os americanos, disse.

Ele informou que, dentro de dois meses, terá encontro com o comando da Apple para atraí-los a montar uma fábrica de produtos de alta tecnologia no complexo de Açu. Vou me colocar como um provocador, no bom sentido, afirma. O Brasil tem 100 milhões de consumidores de classe média e, em dez anos, terá 150 milhões.

A viagem de Obama ao Brasil, com pesada agenda comercial e de investimentos, foi um reconhecimento do peso do país para os EUA, disse o embaixador americano em Brasília, Thomas Shannon, que participou de um painel sobre o Brasil, em evento organizado pelo Eximbank, o banco de apoio a exportações americanas.

Segundo ele, não dá para ignorar que, embora tenham investido menos do que outros países em anos recentes, os EUA são a economia com o maior estoque de capital no Brasil. Outros países descobriram oportunidades de negócio, e os EUA já estavam lá, afirmou. Mas reconhece que os empresários americanos estão investindo menos do que o potencial.