Valor de mais de 100 projetos é apontado no Decisão Rio, da Firjan.
“Os bons ventos sopram em direção ao Estado do Rio de Janeiro”. Esta é a mensagem do presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, na abertura do Decisão Rio 2010/2012, documento que reúne os planos de investimento privados e públicos para os próximos três anos.
Realizada anualmente desde 1995, a pesquisa tem por objetivo mostrar as tendências de investimentos e apresentar oportunidades de negócios aos tomadores de decisão do setor público e da iniciativa privada. Esta edição compila valor de investimentos da ordem de R$ 126,3 bilhões em mais de 100 projetos anunciados até o mês de julho deste ano para o perãodo 2010/2012. Isso corresponde à geração de 360 mil vagas de emprego e a 22% dos investimentos previstos para o País, segundo dados do BNDES.
O Decisão Rio é instrumento de orientação para as indústrias fluminenses que planejam ampliar seus negócios e também para as pequenas e grandes empresas do país e do exterior que pretendem se instalar no estado. Ele auxilia o planejamento de ações do poder público e fornece informações à sociedade.
Como novidade no documento, a expansão do mapeamento dos investimentos através do software Google Earth, incluindo, agora, fotos atualizadas e novos vídeos sobre os empreendimentos em andamento no estado.
Também aparece uma seção de investimentos não-contabilizados mas que merecem acompanhamento pelo potencial de impacto, como o trem-bala Rio-São Paulo, as linhas 3 e 4 do metrô e a exploração dos campos de pré-sal. E ainda uma nova área com detalhes de parceiros do Decisão Rio, que demonstram o que podem oferecer como ajuda aos empresários nacionais e internacionais para a concretização dos seus empreendimentos.
Editado em Português e em Inglês, o Decisão Rio 2010/2012 detalha os principais projetos de investimentos, com informações referentes ao valor, mercado potencial, oportunidades de negócios, cronograma de implantação dos projetos e estágio atual do empreendimento.
Eixos de Desenvolvimento – Apesar de a crise financeira mundial ter afetado os investimentos de algumas empresas, os grandes empreendimentos fluminenses que já estavam em andamento foram mantidos e outros novos anunciados. Há quatro grandes eixos de desenvolvimento atualmente no Estado do Rio de Janeiro.
O do Norte é ancorado pela construção do Complexo Portuário do Açu e os investimentos em exploração de petróleo; o do Leste, com o Complexo Petroquímico (Comperj); o de Sepetiba, com empreendimentos em logística a partir da combinação de portos, rodovias e indústrias; e o do Sul, com a retomada da construção da usina nuclear de Angra 3, com investimento previsto para 2010/2012 de R$ 4 bilhões (o total será de R$ 7,3 bilhões). O início das obras está previsto ainda para este ano.
Indústria de transformação – Os R$ 126,3 bilhões de investimentos previstos para o nosso estado estão assim distribuídos entre os setores de atividades: Petrobras, R$ 77,1 bilhões; infraestrutura, R$ 28,6 bilhões; indústria de transformação, R$ 20,3 bilhões; e outros, R$ 0,3 bilhões.
No segmento indústria de transformação, o setor petroquímico responde por 74,9% do total de investimentos, com destaque para a construção do Comperj (Itaboraí). Outros investimentos da Petrobras, considerados à parte, correspondem a 61% do total previsto para o estado e são da maior importância para a economia fluminense. São projetos previstos em diferentes áreas de atividades, como petroquímica, exploração e produção e biocombustíveis, entre outras.
A siderurgia, apesar de corresponder a somente 2,7% dos investimentos, conta com grandes projetos em fase final de conclusão, como a construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em Santa Cruz e a nova usina da Votorantim, em Resende. Vale destacar que a Região Norte tem potencial para a instalação de grandes investimentos siderúrgicos, devido à logística criada pelo Complexo Portuário do Açu, em São João da Barra. A indústria naval também é destaque, com investimentos na construção de novas embarcações e na expansão e modernização de estaleiros.
Infraestrutura – A área de logística receberá R$ 10,5 bilhões de investimentos. O destaque é o setor portuário fluminense, que, além de contar com o investimento na dragagem do Porto de Itaguaí, inclui o vizinho Porto Sudeste (destinado à exportação do minério de ferro e à importação de carvão), os investimentos da CSN e, ainda, o Complexo Portuário do Açu (São João da Barra), com início das operações previsto para o segundo semestre de 2011.
No setor rodoviário, destaque para as obras em andamento do Arco Metropolitano, investimento de grande importância para a logística de todo o estado e o país. Outros investimentos importantes são a modernização do Aeroporto Internacional Tom Jobim com sua possível concessão à iniciativa privada e a duplicação da rodovia BR-101 Norte.
Distribuição regional – Como diferencial dos anos anteriores, observa-se a interiorização dos investimentos. O Leste Fluminense, por exemplo, tem como setores de maior importância as indústrias petroquímicas e naval e responde por 12,3% do investimento total. O Norte, com setores de infraestrutura logística, siderurgia, energia e indústria naval responde por 10,3%.
O Sul Fluminense receberá 3,9% dos investimentos previstos, sobretudo em siderurgia e energia. E o município do Rio de Janeiro receberá 4,2% do total, com destaque de investimentos para a indústria naval, siderurgia, infraestrutura logística e desenvolvimento urbano, em especial na urbanização de favelas.
Rio, estado de logística – Apoiado em uma economia diversificada e dinâmica, o Estado do Rio de Janeiro vive um perãodo de grande dinamismo. Sua economia, a segunda do país em termos de Produto Interno Bruto (PIB), atingiu valor superior a R$ 275 bilhões em 2006 (equivalente ao PIB chileno), representando 11,6% da produção nacional.
Com 50% dessa produção nacional localizados num raio de 500km de sua capital, é um “estado de logística” pela sua centralidade e multimodalidade. Existem no Rio de Janeiro cinco portos de diferentes perfis que exportam 13,5% do total das exportações brasileiras, três aeroportos de grande porte, além de rodovias e ferrovias, o que facilita o acesso aos principais mercados nacionais e internacionais.
Enquanto o mundo discute perdas e desaceleração no atual cenário de crise, o nosso estado vislumbra perspectivas positivas para o futuro. Isso acontece primeiro, por ser o maior produtor de petróleo e gás natural do país, contabilizando 81% e 53% da produção nacional, respectivamente. Segundo, porque a sua estrutura industrial diversificada, com produção voltada para o mercado interno e com alta participação de empresas de bens de consumo não durável, o tornam menos vulnerável às crises.
Contribuiu para isso o esquema de turismo com forte vocação econômica que, depois da bem-sucedida realização dos jogos Pan-Americanos, já conta com a certeza da Copa do Mundo de Futebol de 2014, e boas perspectivas dos V Jogos Mundiais Militares (2011) e das Olimpíadas de 2016, para a qual o Rio de Janeiro já é cidade-candidata.
Vale destacar a chamada “indústria criativa”, em especial os setores da moda e televisão. O ponto alto é o já tradicional evento de moda Fashion Rio – realizado pelo Sistema Firjan e parcerias. A capacidade produtiva dessa indústria da moda conta com os vitoriosos polos de Petrópolis (reúne 800 indústrias) e o de Moda Íntima de Nova Friburgo (gera 20 mil empregos e produz 25% de toda a lingerie consumida no país).
Estudos da Firjan indicam que a indústria criativa representa 18% do PIB do estado fluminense.
O futuro do Estado do Rio de Janeiro está, portanto, sendo desenhado a partir da conjunção dos eixos de desenvolvimento com as características que o estado possui. Muito embora a crise o tenha afetado, os impactos foram surpreendentemente limitados nas intenções de investimento, como está demonstrado neste Decisão Rio 2010/2012 produzido pelo Sistema Firjan.
Clique aqui e acesse a pesquisa Decisão Rio 2001/2012 na íntegra