O Estaleiro Caneco pode, finalmente, ir a leilão no início do segundo semestre. O administrador judicial, Wagner Nascimento, enviou dias atrás à 5º Vara Empresarial do TJ-Rio o pedido de alienação dos ativos do empreendimento, que teve falência decretada em outubro de 2006. O MP já deu parecer favorável. Só falta a juíza Maíra da Penha Nobre Mauro dar o sinal verde.

Os 135 mil metros quadrados de área do Caneco, no bairro do Caju, Zona Portuária carioca, é cobiçado por um punhado de investidores, diz Júlio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. Quatro grupos do setor naval do Rio já manifestaram interesse em comprar o estaleiro, além de três estrangeiros.

O Caneco é operacional, tem todas as licenças para funcionar. Só precisa de modernização, diz Nascimento. Hoje, o estaleiro está arrendado a duas empresas (Rionave e Intercan) por R$ 300 mil mensais. A dupla poderá participar do leilão, mas sem privilégios. Nascimento propôs ao juízo preço mínimo de R$ 372 milhões.

A dívida do Caneco é estimada em R$ 550 milhões. Mais da metade são débitos fiscais com prefeitura, governo do estado e União. Bancos e fornecedores têm R$ 200 milhões a receber. A dívida com cerca de mil trabalhadores chegou a R$ 20 milhões. Nascimento diz que 60% já foram quitados.