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Clippings - 11/08/09

Estaleiro Ceará está pronto para licitação

Empresa já foi concebida, segundo presidente da Adece, e participará do processo como estaleiro virtual

A licitação das oito embarcações da Transpetro, através do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota) está marcada para o próximo dia 27 de agosto, e o Ceará está no páreo. De acordo com Sérgio Machado, presidente da empresa, essa é a oportunidade para as empresas brasileiras e o Nordeste, especialmente, sair da condição de detentor de 13% do PIB do País. Espero que o Ceará possa participar fortemente desse processo, gerando emprego e renda para a população.

A empresa Estaleiro Ceará, capitaneada pela PJMR o mesmo que organizou o Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco já existe, e participará do processo licitatório como estaleiro virtual. De acordo com o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Antônio Balhmann, a PJMR deverá garantir os sócios do empreendimento após o resultado da licitação.

Segundo ele, o Governo do Estado também deverá ser sócio do estaleiro. Metade do investimento de R$ 60 milhões poderão ser convertidos em participação acionária, informa. A possibilidade, contudo, ainda está sendo avaliada.

Ampliação

Balhmann afirma que há ainda a possibilidade futura de ampliação da capacidade do Estaleiro Ceará. Dependendo da demanda, existe muito espaço, e bom, garante. Ele explica que existe uma área disponível na enseada do Mucuripe, onde o empreendimento será instalado, de 1 milhão de metros quadrados. A área do estaleiro, como está sendo planejado, ocupará 500 metros quadrados, incluindo a parte industrial e do dique. O Mucuripe tem uma profundidade de calado de 10 a 12 metros, ideal para construção de navios de grande porte. O Estaleiro Ceará construirá primeiramente gaseiros, depois plataformas, mas existe possibilidade de ampliação futura, até para reparos de navios, aponta.

Entretanto, as empresas de componentes, a chamada indústria de navipeças, que pode se instalar no Estado para fornecer ao estaleiro, deverão se instalar em outras áreas, que não no entorno do Mucuripe, acredita o presidente da Adece.

Análise técnica

Após o lançamento do edital, será feita a análise técnica e financeira para a escolha do melhor preço. O valor ainda passará por um processo de negociação, visando a redução de custo. De acordo com Machado, a expectativa é a de que até o fim do ano ocorra a assinatura dos contratos para a construção dos gaseiros. Na atual etapa, não há como definir o calendário.

O presidente da Transpetro lembrou que o possível estaleiro do Ceará demandará investimentos em torno de R$ 220 milhões. A concretização do projeto gerará 1.500 empregos diretos e 6.000 indiretos.

Chegou a oportunidade do Estado se inserir nesse polo que envolve de duas mil a três mil peças diferentes, o que significa desenvolvimento de vários setores industriais com geração de emprego e renda, salientou.

Nordeste em xeque

Está na hora de colocar o Nordeste na mesa de negociação e buscar alternativas para aumentar sua participação no PIB do País(13%), que desde 1978, não avançou. Com estas palavras, Machado criticou a atual situação da região, que, segundo ele, estagnou e requer transformações imediatas. Ele esteve ontem, em Fortaleza, para proferir a palestra O Brasil, o Nordeste e o Novo Mapa da Riqueza, como parte das comemorações dos 90 anos do CIC (Centro Industrial do Ceará).

Apontando como um grande desafio a ser superado, Machado mencionou alguns caminhos para o futuro: Os incentivos fiscais devem ser dirigidos para o setor e nunca para as empresas; é necessário aprovar os efeitos estruturantes do PAC; recuperar a força política da região; e criar polos tecnológicos.

OBRAS ESTRUTURANTES

CIC quer estágio de projetos

Assumindo uma missão de ser um legítimo agente de defesa e indução do processo de desenvolvimento sustentável do Ceará, o CIC fará ainda este mês um convite ao governador Cid Gomes para que apresente o andamento efetivo dos projetos estruturantes – uma espécie de prestação de contas. A garantia é de Robinson de Castro e Silva, presidente da entidade.

Os projetos estruturantes são importantes para o Ceará, precisamos acompanhar o processo de instalação desses empreendimentos. Ainda este mês queremos trazer o governador de volta ao CIC, para o que chamamos de ´accountability´ (prestação de contas).

Para o segundo semestre, vamos continuar discutindo ´Política´. As instituições foram deterioradas e não estão acompanhando os avanços na economia. A agenda política não está acompanhando a agenda econômica. Os debates atuais, extremamente desagradáveis, não traduzem desenvolvimento e sim defesa intransigente dessas atitudes pouco republicanas.

O que está ocorrendo hoje no Senado é danoso a moral e deteriora a imagem daquela casa. Se não houver um basta agora, vamos cair na mesmice e no descrédito do povo. Estamos vivendo uma grave crise de representatividade. Se no parlamento falta democracia, no meio da sociedade surge o descrédito destaca Castro e Silva.

Papel questionador

A classe política está enlameada, à sociedade falta um instrumento e voz. Qual é o legado que os representantes estão deixando para as futuras gerações, questiona o presidente do CIC. O CIC vai sempre funcionar para denunciar esses disparates, pontua.(Fonte: Diário do Nordeste/CE/ISILDENE MUNIZ /SÉRGIO DE SOUSA)