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Clippings - 14/09/09

Estaleiro fica de fato no Mucuripe

ense, e é a mesma que iniciou o processo de construção do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, hoje o maior do Hemisfério Sul. Segundo Haddad, os projetos de engenharia, os documentos necessários à habilitação técnica do estaleiro virtual – uma vez que ele ainda não existe fisicamente – já estariam sendo concluídos para apresentação à Transpetro, no próximo dia 19, data marcada para apresentação das propostas das concorrentes para a licitação de oito navios gaseiros. Para o processo, a Transpetro convidou 19 empresas, sendo 10 nacionais.

Já estamos com tudo pronto. O Governo do Ceará disse que a área será mesmo na enseada do Mucuripe. Mas precisamos primeiro ganhar a licitação para iniciar as obras, declarou Haddad, na manhí de ontem, poucas horas antes da solenidade de batimento de quilha do EAS. Ele garantiu também que os recursos já estariam garantidos, sendo 70% financiados através do Fundo de Marinha Mercante, e 30%, com recursos próprios dos sócios no empreendimento.

Os R$ 60 milhões para a infraestrutura deverão ser aplicados pelo governo do Ceará. De acordo com o empresário, o nome oficial do estaleiro é Promar Ceará. Haddad disse que o grupo construtor está disposto a investir em obras sociais na área do Mucuripe, como forma de compensar a perda da praia para a prática do surfe. Conforme disse, a obra deverá gerar centenas de empregos no bairro, aproveitando e qualificando a mão de obra local.

Em Ipojuca, cerca de três mil operários foram treinados para trabalhar no Estaleiro Atlântico Sul. Trabalhador do campo, Djalma José Santana, de 62 anos, agora é carpinteiro do Estaleiro. Ele disse que recebeu pouco mais de um salário mínimo na atividade e que agora, recebe R$ 960,00, e tem carteira assinada.

O ex- auxiliar de servente, Ivaldo José da Silva, também disse que a vida havia mudando bastante com a instalação do Estaleiro. Ele agora trabalha como almoxarife e recebe 1,5 salário mínimo. O melhor é que agora tenho uma profissão, declarou. O repórter viajou a Pernambuco convite da Transpetro

TITANZINHO

População protesta contra equipamento
Os moradores da praia do Titanzinho realizam hoje um protesto pelas ruas do Serviluz. O objetivo é demonstrar a indignação da comunidade contra o projeto de implantação do estaleiro cearense no local e convocar a população a se fazer presente na audiência pública marcada para a próxima terça-feira na Câmara Municipal, onde o assunto será debatido. A principal queixa dos moradores com relação ao projeto é a mudança da área de surfe e o impacto na vida das famílias. Boa parte sobrevive da pesca e essa mudança irá desestruturar a principal fonte de renda, diz o estudante Pedro Fernandes, um dos organizadores do protesto.

Segundo ele, a comunidade se queixa de não ter sido consultada e de ter tomado conhecimento sobre o projeto através da mídia. A alternativa de criar um novo local para a prática do surfe não é vista com bons olhos pelos moradores. Eles se queixam que há uma dívida social com a comunidade que já veio para o Titanzinho transferida da Praia Mansa.

Agora que está todo mundo bem instalado não é justo que tenhamos que nos mudar novamente, principalmente pelos prejuízos que virão após essa construção, afirma Fernandes. Além de porto para pescadores artesanais, a Praia do Titanzinho é ponto de mergulho.

Empresa virtual
O estaleiro Ceará é uma empresa virtual que concorre para a construção de navios gaseiros encomendados pela Transpetro. O estaleiro do Titanzinho só será construído, caso a empresa venha a ganhar a licitação.