O Mucuripe foi definido como o melhor local para o projeto, por já possuir uma infraestrutura preparada, como a presença de uma ferrovia e o acesso rodoviário.
A ponta da enseada o Mucuripe foi escolhida para abrigar o novo estaleiro cearense. O anúncio surpreende, já que o litoral do Pecém era cogitado como o mais provável para receber o investimento. Em reunião ontem entre o governo cearense, a Transpetro e investidores locais e de outros estados, ficou definido que o Ceará vai receber um equipamento de médio porte. Orçado em US$ 70 milhões, o projeto será encabeçado pelas empresas PJMR e SKG, ambas sócias do Estaleiro Atlântico Sul, instalado em Pernambuco.
A concretização do equipamento, contudo, ainda depende de a empresa, que será agora criada, vencer a licitação da Transpetro para a construção dos navios. Em agosto próximo, a subsidiária da Petrobras enviará convite às empresas para participarem do processo licitatório para o fornecimento de oito navios gaseiros, por meio da primeira e segunda etapas do Programa de Expansão e Modernização da Frota (Promef I e II). A previsão é de que o resultado da licitação saia até dezembro deste ano.
O estaleiro do Mucuripe, então, irá participar do processo como [estaleiro virtual]. Somente no caso de ganhar a licitação, será empreendido. Este procedimento foi o mesmo realizado no pernambucano Atlântico Sul, que já possui em carteira 15 embarcações a serem fornecidas à Transpetro.
De acordo com o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado (ADECE), Antônio Balhmann, o investimento total com o empreendimento será de aproximadamente R$ 220 milhões, valor este incluindo, além do custo da unidade em si, todas as obras de infraestrutura a serem feitas no local para receber a fábrica de navios, que, acredita-se, deverá consumir outros R$ 60 milhões. Um estudo ainda será feito pelo governo para precisar estes gastos.
“O Mucuripe foi definido como o melhor local para o projeto, por já possuir uma infra-estrutura preparada, como a presença de uma ferrovia e o acesso rodoviário”, informou Balhmann. Obras como dragagem, aterro da praia, abastecimento de água e sistema de fornecimento energético terão ainda que ser implantados.
As empresas PJMR e SKR irão tomar a frente do empreendimento que, já está definido, também contará com incentivos fiscais do governo. As companhias irão buscar, entretanto, investidores cearenses para garantirem a viabilização financeira. De acordo com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o Fundo de Marinha Mercante, por meio do BNDES, tem recursos específicos para assegurar o financiamento do projeto.
O estaleiro do Mucuripe construirá, caso concretizado, navios de alto valor, como navios de produtos, bunkers (carregadores de combustível para outros navios), embarcações de apoio e gaseiros. ´
“O estaleiro irá criar mais um pólo econômico no Ceará, e nós viemos aqui para mostrar as oportunidades que a Transpetro está oferecendo para isso”, destaca Sérgio Machado. Segundo ele, a vida útil desses navios é de dez anos, fazendo com que o estaleiro tenha sempre demanda.
“Além disso, vamos ter o Promef III, IV, V… “, afirmou Machado. O empreendimento prevê a geração de 1.500 e 2.000 empregos diretos, nas fases de implantação e operacionalização. Além disso, com as outras atividades envolvidas com o estaleiro, devem ser criados outros 6.000 empregos.
Perfil do empreendimento: O projeto terá 300 mil metros quadrados é a área do estaleiro, 160 milhões de reais é o custo do equipamento, 60 milhões é o investimento em infra-estrutura, 1.500 empregos diretos serão criados e 6.000 postos indiretos serão proporcionados. (Com informações Revista fator Brasil)