Enseada do Mucuripe é um dos locais avaliados pelos investidores para receber o complexo naval.

Além do Pecém e do Mucuripe, que já vinham sendo apontados, o Pirambu também é alternativa para o projeto
Três áreas na costa cearense estão sendo avaliadas por investidores coreanos e chineses para a instalação de dois novos estaleiros no Estado: Pecém, Mucuripe e Pirambu. A negociação com os empresários, segundo informa o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece), Antônio Balhmann, está avançada e o resultado deve ser definido em um curto prazo.

Balhmann explica que o assunto está sendo tratado com urgência, já que a intenção é que estes estaleiros produzam navios de apoio e plataformas para serem utilizados na exploração do pré-sal. ´Isto tem que ser uma coisa rápida, já que vai operar em paralelo com o pré-sal´, diz Balhmann.

A negociação dos novos empreendimentos, explica ele, está sendo tratada entre o Governo do Estado, investidores e a Transpetro, que, atualmente, é a empresa que tem o maior número de encomendas de navios do mundo, por conta das novas províncias petrolíferas encontradas pela Petrobras. A estatal petrolífera já anunciou a contratação de 10 plataformas para a área do pré-sal da Bacia de Santos. Para cada sistema produtivo (plataforma e equipamentos de apoio) serão necessários investimentos da ordem de US$ 7 bilhões. Além disso, ainda serão licitados 146 barcos de apoio.

Em março último, Balhmann apresentou ao presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o projeto cearense do complexo naval. Um destes estaleiros seria de grande porte, onde se poderão ser construídas plataformas marítimas para a exploração do petróleo do pré-sal. Junto a essa estrutura, teria um outro de porte menor, que construiria barcos de apoio.

O valor destes investimentos ainda não está definido, posto que o modelo ainda vai depender da escolha da área. Entretanto, segundo afirma o presidente da Adece, ´não será menos de US$ 400 milhões´.

As alternativas apresentadas pelo Estado são para estaleiros off shore (fora da costa) e ´quase off shore´, como diz Balhmann. O projeto do Pecém, que já foi divulgado no Diário do Nordeste, ficaria em um prolongamento de mais de um quilômetro do quebra-mar do terminal portuário, sendo, assim, uma estrutura off-shore.

A alternativa do Mucuripe já havia sido apontada por empresários do setor como a única possível em um modelo na costa. Esta seria a situação ´quase off shore´, já que ficaria localizado na enseada, a caminho do mar. O projeto para o Pirambu ainda não havia sido comentado, e não foi detalhado pelo presidente da Adece.

Balhmann informa que o investimento pode vir de coreanos, chineses, ou mesmo dos dois. ´Tem muita gente interessada, e pode ser um projeto feito por várias empresas, na verdade, deverá ser um consórcio´, adianta. De acordo com ele, muitos dos investidores já vieram ao Ceará para analisar as possibilidades oferecidas no Estado ao empreendimento.
Fonte: Diário do Nordeste/CE/Sérgio de Sousa