Está de novo na agenda portuária a implantação de estaleiros na Área Continental de Santos. E em função das futuras atividades da Petrobras no pré-sal, que produzirão um intenso movimento de embarcações no litoral paulista, a necessidade daquelas unidades nas imediações se torna mais evidente, e o exame da matéria ganha um forte impulso. Entretanto, sempre que se fala em estaleiros naquele lugar é citado o fato de a maior parte do território ser caracterizada como de proteção ambiental, inadequada, portanto, para sediar plantas industriais que terão impacto sobre os ecossistemas locais. O risco existe, é verdade, e os poderes públicos, nas três esferas de governo, estão no dever de tomar medidas cautelares que livrem de agressões aquele espaço, onde se situa um dos mais valiosos santuários de recursos naturais da Baixada Santista. Isto, porém, não significa que os estaleiros não possam ser construídos. Podem, sim, já que as modernas tecnologias de obras e operacionais limitam em larga escala as perdas ambientais. Sem falar, também, nas possibilidades de compensação pelos estragos causados, hoje uma prática comum no mundo inteiro. Por tudo isso, os projetos dos estaleiros merecem apoio, já que, ao suprir uma lacuna, estarão contribuindo para o desenvolvimento da economia de Santos, e ao mesmo tempo gerando uma grande quantidade de empregos.