Os estaleiros nacionais vão ficar de fora da licitação para construção de ao menos seis PLSVs de grande porte para a Petrobras. A companhia informou, no início da semana, que os barcos de apoio com capacidade de lançamento acima de 500 toneladas foram encomendados no exterior para não comprometer o cronograma de entrega das sondas e FPSOs no Brasil.
A Petrobras não detalhou, entretanto, quantas embarcações de grande porte serão licitadas este ano. Até o segundo trimestre, a expectativa era de que sete PLSVs – três de 550 t e três de 650 t, com a opção para uma sétima unidade – seriam contratados para construção no país.
Na avaliação da Petrobras, optar pela indústria local acarretaria em uma competição por espaço nos estaleiros nacionais, descumprindo os requisitos de prazo e capacidade instalada necessários para validar a escolha pelo fornecimento local. “Nesse caso, a exigência de fabricação no Brasil foi flexibilizada para não comprometermos os cronogramas dos FPSOs e das sondas que já estão encomendadas”, argumentou a petroleira.
Essa tese é rejeitada pelo presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, que lembra que a reversão de encomendas para o exterior, a fim de atingir melhores prazos, mostrou-se frustrada. “O argumento (…) já foi utilizado no passado em relação a plataformas de petróleo, as quais foram contratadas em estaleiros internacionais e foram entregues como grande atraso”, afirmou Ariovaldo. Em 2012, todas as 14 sondas importadas, com conteúdo local zero, que chegaram ou estão previstas para chegar ao Brasil têm atrasos – que variam de 40 a 860 dias.
A Petrobras disse ainda que as embarcações serão construídas no Brasil quando a indústria atingir os requisitos de qualidade, prazo e capacidade de execução, não citando, entretanto, o custo dos serviços. “Nada mudou na política da companhia. Sempre que possível, os barcos serão construídos no Brasil”, afirmou a empresa em referência ao “conceito de conteúdo local possível”.
O Sinaval cobra uma antecipação da Petrobras quanto à demanda de seus projetos, para, desta forma, para tornar possível a maturação da indústria local. “O Sinaval defende é um planejamento das encomendas para permitir a construção local de navios especializados como é o caso dos PLSVs”, conclui Rocha. O executivo lembrou que nove estaleiros são construídos no Brasil
Em 2011, a Petrobras licitou seis PLSVs sendo um para lançamento de até 300 t e outros cinco acima de 500 t – apenas o menor será construído no Brasil, pelo estaleiro da OSX, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), mediante encomenda da SapuraCrest. Os outros serão executados fora, sendo dois pelo consórcio Odebrecht/Technip, dois pela SapuraCrest e um pela Subsea 7.