Na semana passada, a Associação Chinesa da Indústria Nacional de Construção Naval (CANSI) divulgou dados que demonstram 2023 como um ano marcante para os estaleiros chineses. Durante o ano, as receitas aumentaram 20%, atingindo US$ 87 bilhões. Com a melhoria da competitividade global, os lucros dos principais construtores navais chineses aumentaram 131,7% em termos anuais, para US $ 3,64 bilhões — uma margem de lucro de 4%.

De acordo com a CANSI, a adoção acelerada da transformação digital e da tecnologia verde colocou a maioria dos estaleiros chineses numa trajetória de sucesso financeiro. Além disso, a maioria dos estaleiros teve uma boa classificação nos gráficos globais em termos de produção, novas encomendas e encomendas confirmadas. A gigante estatal China State Shipbuilding Corporation ficou em primeiro lugar em todos os principais índices de construção naval.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China estimou que a atividade de construção naval do país atingiu 42 milhões de toneladas de porte bruto no ano passado, representando um aumento de 12% em relação ao ano anterior. Este marco deu à China uma participação de 50% na produção global total pela primeira vez na história.

Comentando sobre o desempenho, o secretário-geral da CANSI, Li Yanqing, disse que a China agora é capaz de construir todos os principais tipos de navios, desde navios de grande porte até navios de cruzeiro. Yanqing também acrescentou que a China superou a divisão tecnológica com a Coreia do Sul e o Japão na construção dos chamados navios verdes que funcionam com combustíveis alternativos e tecnologia de navegação avançada.

A China também conseguiu equacionar a sua cadeia de abastecimento de construção naval, com mais de 20 siderúrgicas nacionais. Isto dá aos estaleiros chineses uma vantagem em termos de custo-benefício, uma vez que o aço doméstico da China tem um preço acessível. A única grande preocupação são os preços voláteis do aço e a taxa de câmbio do yuan em relação ao dólar.

A CANSI prevê que a produção poderá aumentar mais 6,3% este ano, para 45 milhões de toneladas de porte bruto.

“Espera-se que os construtores navais do país recebam novos pedidos de 55 milhões de toneladas em 2024. Os pedidos em somados chegarão a mais de 130 milhões de toneladas”, disse a CANSI em comunicado divulgado.

Fonte: Revista Portos e Navios