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Clippings - 14/08/09

Estaleiros têm de competir entre si para aumentar eficiência e reduzir custo, diz Nelson Carlini em seminário

O engenheiro naval e empresário Nelson Luiz Carlini apresentou hoje (13/08) a palestra Renovação e Ampliação da Frota própria no Brasil – Possibilidades e Limitações, durante o 1o Seminário sobre Desenvolvimento da Cabotagem Brasileira, realizado pela ANTAQ, em parceria com o Syndarma e o Ministério dos Transportes, ontem e hoje, em Brasília.
Carlini defendeu com veemência que os estaleiros nacionais sejam estimulados a competir por clientes. Segundo o empresário, esta é a melhor forma de aumentar a eficiência do setor como um todo e reduzir os preços dos navios.

Eu gostaria de entrar no mercado de cabotagem comprando navios, mas não tem jeito, só afretando, afirmou. O engenheiro disse ainda que os programas de financiamento para compra de novos navios não resolvem o problema. O preço é alto demais. Mesmo com um juro de 1% e 100 anos para pagar, não dá. No Brasil, o armador tem de ficar 18 anos abraçado ao navio, enquanto nos EUA, o navio se paga em 10 anos.

Carlini fez um breve histórico da construção naval no Brasil. Depois de uma fase pujante posterior à Segunda Guerra Mundial, a indústria enfrentou problemas nos anos 1960, recuperou-se na década seguinte, para enfrentar novo perãodo de turbulência nos anos 1980. Só voltaria a recuperar-se a partir da última década. Hoje, temos capacidade, gente e tecnologia. O que falta é estimular a competição no mercado. Não dá para manter a mesma estrutura protecionista de 50 anos atrás. A indústria é outra. O Brasil é outro.

Caso não haja mudanças na estrutura do setor, Carlini propõe que os armadores sejam liberados para comprar navios fora do Brasil. Não queremos acabar com a indústria naval brasileira, mas não podemos ficar reféns dela. Se não houver ajustes, precisamos de saídas alternativas para continuar operando.

O empresário propôs ainda que a indústria naval não se limite a vender para o mercado interno. China, Coréia e outros países do sudeste asiático exportam navios, sem deixar de atender ao mercado interno. Nós também temos capacidade para isso, avaliou Carlini.