unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 13/10/09

Estrangeiras estão de olho no primeiro leilão de energia eólica do País

Empresas de energia do Brasil e estrangeiras aguardam com grande expectativa a realização do primeiro leilão específico da “energia dos ventos” no País, que acontece no dia 25 de novembro próximo. Grandes multinacionais, principalmente, estão de olho no mercado nacional, como a maior empresa produtora de energia eólica do mundo, a espanhola Iberdrola, e a segunda do mundo, a portuguesa Energias de Portugal (EDP). A estadunidense AES também pode participar. Já as brasileiras que querem participar são Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

A previsão é do presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Lauro Fiúza Júnior. Em contato com PortoGente, o dirigente está entusiasmado com o primeiro leilão, mas mais do que isso, com as declarações do Governo Federal, por meio do ministro Edison Lobão, das Minas e Energia, de que os leilões serão anuais.

Com isso, segundo Fiúza, o governo se mostra absolutamente comprometido com o desenvolvimento da energia eólica dentro da matriz energética brasileira, podendo até se tornar líder mundial em energia renovável. “O Brasil é um país em crescimento, e crescimento econômico só se dá com energia farta, confiável e duradoura”, avalia, acrescentando que o País tem a felicidade de não ter problema de energia, “tem água, sol, vento e expansão territorial”.

O presidente da ABEEólica afirma que a energia eólica tem grande utilidade na matriz energética brasileira, a hidrelétrica, mas com caráter complementar. Ele explica que a grande vazão das hidrelétricas, no País, se dá no primeiro semestre, no perãodo das chuvas. Já no segundo semestre a vazão cai e é complementada por outras fontes, como as usinas termelétricas, que são bem mais caras. “E é nesse momento que a eólica é o par perfeito [das hidrelétricas]. No segundo semestre temos maior geração de ventos. Como complementar, ela (a eólica) é mais barata das formas de energia”.

Outro ponto a favor da utilização da eólica, informa Lauro Fiúza Júnior, é que a energia dos ventos não causa efeitos colaterais ao meio ambiente. “Ela é a de menor impacto”. E cita como “guardií” do sistema a organização internacional conhecida mundialmente pela sua defesa intransigente do meio ambiente, o Greenpeace.

O Brasil está numa classificação entre 25º e 28º no ranking mundial da energia eólica, com uma potência instalada de 370 megawatts (MW). “Até o final do ano, com a finalização dos parques em construção chegaremos acima de 800 MW. E temos potência disponível de 300 mil MW”. O maior parque do mundo é o Estados Unidos, com uma potência instalada de 25,700 mil MW, que equivale a duas Itaipus, compara Fiúza.

Lauro Fiúza Júnior apresenta o “ranking” nacional para a geração de energia eólica: Costa do Ceará e Rio Grande do Norte, em primeiro lugar; Rio Grande do Sul, em segundo; e Chapada Diamantina, na Bahia, em terceiro.

Os leilões anuais apontam para um programa de longo prazo para a contratação da energia eólica, o que estabelece, também, a necessidade de definição de marcos regulatórios que deem segurança aos investidores do setor privado nacional e internacional.