De acordo com o documento “Transitioning away from fossil fuels in energy systems”, Alemanha, China, EUA e Canadá possuem as características necessárias para serem líderes na transição energética. O Brasil faz parte do segundo grupo, que possui uma aptidão e prontidão moderada para a transição

Alemanha, China, EUA e Canadá possuem as características necessárias para serem líderes no processo de transição energética, concluiu o estudo “Transitioning away from fossil fuels in energy systems”, que foi encomendado pela Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), apoiado pelo IBP e pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e realizado pela consultoria Catavento. O documento, lançado nesta quarta-feira (2), traça um cenário do desenvolvimento energético global e o papel do setor de óleo e gás no processo de transição energética a partir de uma avaliação do compromisso estabelecido por cerca de 200 países na COP28.
Os países que foram classificados como “front-runners” para a transição energética são aqueles que têm a economia mais diversificada, no qual a atividade de O&G não está no centro. “Eles também não são os mais competitivos, do ponto de vista de custo e de carbono na produção remanescente de O&G e, portanto, não seriam aqueles que a gente lamentaria demais se saíssem do grupo de produtores. E, sobretudo, são aqueles que têm um nível alto de prontidão para o sistema energético de menor intensidade de carbono, sejam porque têm acesso a recursos, ou porque já são competitivos na geração de energia renovável, ou porque possuem um papel crítico nas cadeias de tecnologias de baixo carbono”, explicou Clarissa Lins, sócia-fundadora da Catavento. Além disso, os países “front-runners” possuem uma certa robustez institucional.
Já os países classificados como “movers” – como o Brasil, Rússia, Noruega e Emirados Árabes Unidos – o O&G é importante, mas existem outras fontes energéticas. “O O&G possui uma relevância fiscal nesses países. Portanto, na transição, é preciso ter certeza que os sistemas energéticos alternativos estarão prontos para entregar o mesmo nível de contribuição pro PIB e para a agregação de valor da indústria de O&G. São aqueles que, com exceção da Noruega, tem uma aptidão e prontidão moderada para a transição, ou seja, eles possuem os elementos, mas precisam ter mais robustez no sistema energético de baixo carbono”, afirmou Lins.
Por fim, os países classificados como “adapters” – como Índia, Arábia Saudita e Nigéria – são aqueles que vão precisar de ajuda no financiamento e no acesso às tecnologias de baixo carbono. “São aqueles que claramente caminham, mas vão precisar de mais tempo e mais ajuda em comparação aos demais países”, completou Clarissa. Por fim, ela afirmou que a oferta e demanda por energia precisam ser contempladas quando o assunto é transição energética, para que isso evite disrupções econômicas, picos de preço e falta de apoio da sociedade.
Fonte: Revista Brasil Energia