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Clippings - 12/11/25

Estudo do Ineep mostra importância estratégica da Amazônia Azul

Pesquisadora do instituto, Fernanda Brozoski defende no estudo a necessidade de fortalecer a presença do Estado nessas áreas por meio de políticas públicas eficientes e articuladas a um projeto nacional de transição energética e neoindustrialização

Fernanda Brozoski, pesquisadora do Ineep (Foto: Divulgação)

Na semana de realização da COP 30 no Brasil, que tem como principais temas de discussão a transição energética, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) divulgou o estudo “O potencial da Amazônia Azul e suas implicações geopolíticas”, que mostra a importância estratégica da região, que tem enorme potencial de riquezas energéticas, e destaca a necessidade do governo ampliar sua presença nessa região.

Segundo o Ineep, na área de 5,7 milhões de km² da Amazônia Azul transita 95% do comércio exterior brasileiro e são produzidos 95% de petróleo e 80% de gás natural do país.

Segundo o Ineep, no próximo dia 16 de novembro completam-se dez anos da instituição do Dia Nacional da Amazônia Azul, criado pela Lei nº 13.187/2015 para difundir e celebrar a importância do espaço marítimo brasileiro.

O Instituto lembra que, em 26 de março deste ano, a ONU aprovou a extensão da plataforma continental na costa norte do Brasil além das 200 milhas náuticas, incorporando a Margem Equatorial à jurisdição marítima brasileira, acatando, assim, mais um dos três pleitos apresentados à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC). A incorporação da Região Sul ocorreu em 2019, e a inclusão da Margem Oriental-Meridional ainda está em análise.

No trabalho, a pesquisadora do Ineep Fernanda Brozoski defendeu a necessidade de fortalecer a presença do Estado nessas áreas por meio de políticas públicas eficientes e articuladas a um projeto nacional de transição energética e neoindustrialização.

Segundo ela, as duas áreas anexadas com a ampliação do limite de 200 milhas na Margem Equatorial e na Região Sul do país, despontam como novas fronteiras exploratórias de petróleo e gás com importante potencial energético, além de possuírem reservas minerais offshore comprovadas e apresentam potencial fonte de terras-raras.

“As três áreas reivindicadas abrigam riquezas vitais para o Brasil, tanto por sua importância ambiental e econômica quanto por seu papel estratégico no desenvolvimento e na segurança nacional e energética”, comenta a pesquisadora no estudo.

A aprovação da Margem Equatorial, faixa marítima que se estende da foz do Rio Oiapoque até o litoral do Rio Grande do Norte, acrescentou 360 mil km² à área marítima brasileira – uma extensão equivalente ao território da Alemanha. A Região Sul, por sua vez, adicionou 170 mil km² à plataforma continental de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Já a Margem Oriental-Meridional, que ainda aguarda parecer da CLPC, é a mais extensa das áreas reivindicadas pelo Brasil, com cerca de 1,5 milhão de km² estendidos pela costa das regiões Sudeste e Sul do país. Nesta área da plataforma continental se localizam as bacias de Campos e Santos, que respondem por cerca de 95% da produção nacional de petróleo. Essas bacias contêm o Pré-sal, área estratégica que, no 2º trimestre de 2025, contribuiu com quase 80% da produção de óleo e gás do Brasil.

O estudo do Ineep pode ser acessado completo no endereço http://ineep.org.br/wp-content/uploads/2025/11/policy-brief-n–7-amazonia-azul.pdf

Fonte: Revista Brasil Energia