Palestra foi promovida ontem pela Amcham.
A Amcham(Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos) promoveu ontem, na cidade de São Paulo, uma palestra do Comitê de Logística sobre Gerenciamento de Riscos na qual o diretor adjunto de Projetos, Treinamentos e Qualidade do Grupo GV Risco e o vice- presidente de Transportes da ACE Seguradora, Mairton de Souza, debateram sobre o panorama geral do setor hoje.
De acordo com os executivos, todos os modais necessitam de gerenciamentos de riscos devido às inúmeras imprevisibilidades que podem ocorrer no transporte de cargas e que provocam prejuízos significativos. Só no Brasil no ano passado, por exemplo, US$ 800 milhões foram perdidos em roubos de cargas, enquanto os Estados Unidos, pela mesma razão, perderam US$ 10 bilhões.
Por enquanto, o modal rodoviário ainda é o que demanda mais do serviço de gerenciamento de riscos, até por conta do grande número de incidências: seu market share é de 61,10%, enquanto os dos modais ferroviário e aquaviário são de, respectivamente, 20,70% e 13,60%.
Segundo Fernandes, é preciso, antes de tudo, definir o que é risco: Tenho visto que na área de finanças os riscos estão bem estabelecidos e há uma pretória única, com bastante dados estatísticos, o que facilita o trabalho. Já na área de gestão de riscos complica. Existem muitos players envolvidos e nenhuma metodologia. Então, ainda precisamos de uma regulação. No setor de gerenciamento de risco daqui há a figura do gerenciador, que é quem avalia os riscos da operação e se propõe a entendê-la de forma a estabelecer a minimização dos riscos. Isso já é um diferencial. O desafio é não engessar a operação nem deixar de descumprir nenhuma regra, afirma. A idéia é compartilhada por Souza: No Brasil, o mercado de seguros ainda não está bem desenvolvido, isso tem acontecido um pouco melhor nos últimos anos, com a abertura do mercado. Havendo regulamentação, todo o mercado sai ganhando, acredita.
O executivo citou a parceria entre a GV Risco e O Porto de Suape na implementação de um projeto de gerenciamento de riscos para o complexo pernambucano de forma a atender as regras de segurança estabelecidas pelo ISPS Code estabelecido pela IMO (International Maritime Organization): O projeto de Suape já foi aprovado e cobre todos os pré-requisitos do ISPS. Com os incentivos do governo, como o PAC, há mercados que vêm se criando cada vez mais rapidamente e a logística tem que atender essa demanda. Acredito que um dia esse mercado vai ser todo regulamentado e a coisa vai funcionar melhor, enfatiza.