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Clippings - 30/09/10

Expansão da frota capesize acompanha alta prevista para 2011

Cerca de 250 novas embarcações integrarão capacidade global no próximo ano.

Um número recorde de 250 novas embarcações capesize será adicionada à frota global em 2011, paradoxalmente enfraquecendo taxas em um momento de grande demanda para os veículos de transporte marítimo, de acordo com recentes previsões da corretora Braemar Seascope.

O diretor do grupo, Peter Malpas, acredita que o montante de capesizes previstos para o próximo ano – somado a um novo recorde de entregas de VLOCs para 2012 – culminará em um excesso de capacidade que poderá afetar a recuperação das taxas de mercado até 2014.

Iremos atravessar um perãodo de fraqueza no mercado, e ainda assim, mantendo uma demanda sólida por capesizes, observou o pesquisador durante apresentação recente para executivos do setor marítimo em Xangai. Nunca antes havíamos registrado perspectivas tão diferentes convergindo desta maneira.

Um total de 104 novas embarcações estão programadas para iniciar serviços nos últimos meses de 2010, de acordo com as projeções da Braemar Seascope, incluindo 53 no último semestre do ano. Cerca de 1.100 unidades compõem a frota atual.

As previsões da Braemar quanto às importações de minério de ferro para a China – fator-chave para o sucesso da demanda por capesizes – permanecem promissoras, com 690 milhões de toneladas para 2010, 800 milhões de toneladas em 2011 e 870 milhões de toneladas em 2012. Metade do total de embarques graneleiros são relacionados à produção e consumo de aço, com a expectativa de consumo chinesa atingindo 700 milhões de toneladas em 2012.

Os preços de commodities também terão influência significativa sobre as taxas. A flutuação corrente nos preços da matéria-prima injetaram instabilidade suficiente nos valores spot para as embarcações, que caíram quando os traders e siderúrgicas da China evitaram o minério enviado do Brasil sob preços maiores e remessas trimestrais, reduzindo os embarques.

Malpas também falou sobre a prática recente de embarcar minério de ferro em embarques do Brasil para a China, que acabam por retornar vazios ao País. A discrepância entre as rotas de importação e exportação tem se mostrado bastante pronunciada desde 2009, de acordo com o pesquisador.

Em 2010, a demanda para jornadas de ida será de 250 milhões de dwts. As de retorno, por sua vez, serão de apenas 50 milhões de dwts. Para cada cinco navios que saem do Brasil para a China, quatro voltam vazios para o Atlântico, sustentou Malpas, acrescentando que tal desequilíbrio equivale a 46 capesizes adicionais por ano.

Na visão do pesquisador, a demanda anual prevê uma necessidade de 200 milhões de dwts na frota global em 2012. A dimensão atual é que 197 milhões de dwts, o que corrobora a projeção de crescimento acelerado para o próximo ano. No entanto, em 2012, o ciclo normal de embarques será retomado, e até 2014, as taxas serão encorajadoras, segundo Malpas.