A indústria naval e offshore movimenta hoje mais de 5 bilhões de reais por ano, segundo dados o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore – Sinaval, sobre o faturamento dos estaleiros, incluindo navios e plataformas de produção de petróleo. Devido ao pré-sal e o programa de frotas da Transpetro, o aprimoramento da tecnologia e treinamento de mão de obra são os desafios a serem superados. Além disso, faltam investimentos no transporte marítimo, que atualmente é o grande gargalo da logística no país.
A qualificação profissional está recebendo apoio dos próprios estaleiros interessados em profissionalizar seus empregados. Já existem algumas iniciativas de estaleiros que estão montando as suas próprias escolas de formação técnica. O estaleiro Atlântico Sul, por exemplo, abriu duas escolas próximas ao estaleiro no município de Ipojuca, no estado de Pernambuco. “Em parceria com a prefeitura da cidade são formados profissionais que saem capacitados para atuar no setor offshore”, disse o coordenador-geral da Secretaria de Desenvolvimento da Produção, do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio – MDIC, Carlos Eduardo Macedo em sua palestra, na Niterói Fenashore 2009.
O aprimoramento da logística também é um tema recorrente quando se fala no reaquecimento da indústria naval. Para o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o país vive em um momento muito importante com o ressurgimento da indústria offshore. “Foram investidos US$16 bilhões em transporte marítimo pelo governo. O que queremos é agregar valor para acabar com os gargalos logísticos do país”. Na sua avaliação, o país vai chegar a produção de 6 milhões de barris por dia em 2020. “O Brasil não pode deixar de ter um transporte marítimo eficiente, até por ser o meio mais barato”, disse ele.
Políticas do setor
O Ministério de Desenvolvimento vêm trabalhando há um ano e meio na aplicação da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDT) da Indústria Marítima. O objetivo dessa política é justamente traçar metas para cadeia produtiva e estabelecer métodos que esgotem as falhas no sistema. “Nós temos estaleiros de competitividade mundial e nós vamos buscar uma forma de garantir isso” afirmou o coordenador do MDIC, Carlos Macedo.
Entretanto para o Secretário de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, Julio Bueno, a retomada da indústria demonstrou que existem dificuldades e problemas que vieram com a falência naval, e por isso, falta estrutura. Em declaração durante a Fenashore, Bueno citou o antigo estaleiro Ishibras que podia estar empregando cinco mil trabalhadores, mas está parado. “Graças a Petrobras, ele está em negociação e em breve o anúncio da retomada será feito. Estamos revendo também o leilão do estaleiro Caneco para retomarmos suas atividades. É uma lista muito grande de estaleiros que precisamos investir”.