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Abac destacou que setor cresceu 18,5%, de abril a junho, e 17,7%, no primeiro semestre, em comparação com períodos equivalentes de 2023. Associação percebeu possível antecipação de embarques em Manaus por conta do período de estiagem
O setor de cabotagem apresentou crescimento de 18,5% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. Na comparação entre o 1º semestre com os seis primeiros meses de 2023, o crescimento foi de 17,7%. De acordo com a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), o principal responsável pelos números positivos foi o transporte feeder, que cresceu 48,4% no 2º trimestre e 43,9%, no semestre. No transporte de carga doméstico, a Abac percebeu entre suas associadas uma estagnação, com baixa de 0,4% no 2º trimestre e alta de 0,7% no semestre.
A movimentação total no semestre foi de 707,2 mil TEUs, sendo 368,1 mil TEUs de cargas domésticas e 339 mil TEUs de feeder. No primeiro semestre de 2023 foram movimentadas 601 mil TEUs por cabotagem, dos quais 365,4 mil TEUs de cargas domésticas e 235,6 mil TEUs no feeder. No segundo trimestre, a movimentação total foi de 391,8 mil TEUs, sendo 190,9 mil TEUs (doméstica), 179,7 mil TEUs (feeder) e 21,2 mil TEUs (Mercosul). No mesmo período do ano passado, a movimentação foi de 191,7 mil TEUs (doméstica), 121,1 mil TEUs (feeder) e 19,1 mil TEUs (Mercosul), totalizando 331,9 mil TEUs.
“Pode-se supor que os números refletem a retomada da economia, com mais importações e exportações, adicionado ao crescimento do tamanho dos navios de longo curso, que atracam em portos de maior capacidade, cabendo à cabotagem fazer a última ou a primeira parte do transporte”, analisou o diretor executivo da Abac, Luis Fernando Resano.
Seca no Amazonas
Resano chamou a atenção que, analisando separadamente os números de Manaus (AM), é possível perceber que a estiagem na região Norte ainda não está afetando as empresas brasileiras de navegação (EBNs), porém há indícios de que haverá uma seca comparável à vivenciada em 2023. A leitura de que a indústria da região se prepara para a seca leva em conta que houve crescimento do número de contêineres embarcados em Manaus sem o mesmo crescimento no desembarque.
“Percebemos um aumento das cargas embarcadas, que não são acompanhadas pelo mesmo volume desembarcado, o que pressupõe que a Zona Franca de Manaus está se preparando para a seca que está por vir”, comentou Resano. A Abac projeta que, a partir de agosto, as empresas podem começar a sentir o efeito dessa condição climática. A associação ressaltou que seus associados vêm desenvolvendo soluções paliativas, apesar de elas poderem acarretar aumento de custo.
Fonte: Revista Portos e Navios