Empresários do setor turístico temem poluição nas praias da Zona Sul da cidade.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), Alfredo Lopes, voltou a defender ontem uma solução para as constantes concentrações de navios ancorados nas imediações das praias da Zona Sul.
A ABIH está preocupada não apenas com a poluição visual provocada pelos navios, mas também com a ameaça de poluição nas praias em caso de acidentes.
– Nós discutimos a questão com a Capitania dos Portos. Eles alegaram que adaptações na entrada da Baía de Guanabara exigiriam soluções caríssimas. Mas achamos que isso valeria a pena numa cidade com o potencial turístico do Rio – disse Alfredo Lopes.
Para o secretário municipal de Turismo, Pedro Guimaríes, a Capitania dos Portos deveria ter uma ação mais efetiva na fiscalização dos navios de carga e de passageiros.
– Ao esperarem na fila o momento de atracar, muitos comandantes não respeitam os limites definidos pela Capitania, criando riscos para a segurança – disse Pedro.
O secretário sugere que os navios se concentrem próximo à Ilha Rasa (a cerca de dez quilômetros da barra da baía), junto à boia 1, um pouco antes da Fortaleza de Santa Cruz:
– O principal argumento usado pelos comandantes para não atracarem próximo à Ilha Rasa era o risco de os navios serem abordados por piratas. Mas a situação mudou com a criação, pela Polícia Federal, da Delegacia Especial de Polícia Marítima.
Em nota, a Capitania dos Portos informou ontem que faz uma fiscalização rigorosa, indicando pontos de atracação na Baía de Guanabara, quando necessário. E lembrou que 30% do tráfego marítimo que segue para o porto são formados por navios de grande porte. Devido ao calado, a única passagem viável é pelo canal de Cotunduba, próximo à orla de Copacabana, segundo a Capitania dos Portos.