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Clippings - 11/06/25

Firjan lança a 10ª edição do Anuário do Petróleo no Rio

Publicação destaca o aumento dos volumes produzidos no país entre 2016 e 2025, mas alerta para a queda de 10 anos do fator de reserva sobre produção

FPSO Anna Nery, que opera na Bacia de Campos (Foto: Banco de Imagens Yinson)

A 10ª edição do Anuário do Petróleo no Rio, publicação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lançada nesta terça-feira (10), evidencia que o aumento dos volumes produzidos no país entre 2016 e 2025 veio acompanhado do avanço tecnológico e do aumento do porte das unidades de produção.

Em 2016, as plataformas que entravam em operação tinham uma capacidade de processar uma média de 150 mil bpd. Já em 2022, as unidades com capacidade de 180 mil bpd eram frequentes nessa indústria. Agora, as mais recentes plataformas confirmadas para entrar em operação atingem 225 mil bpd.

Com a expansão da produção, o Brasil passou, na última década, da 10ª posição em 2015 para o 7º maior produtor de petróleo do mundo em 2024, conforme dados da ANP. Já o estado do Rio, que produzia em torno de 65% do petróleo nacional, alcançou 87%, avançando para um ambiente de produção caracterizado por águas cada vez mais profundas, reservatórios mais produtivos e um óleo de melhor qualidade. Esse crescimento fez com que a exportação de óleo cru atingisse a marca de US$ 44 bilhões, superando a soja como principal produto exportado pelo país, em 2024.

“O crescimento expressivo na produção e na arrecadação de participações governamentais demonstrou o potencial do setor para gerar receitas significativas, que aliadas à implementação de políticas públicas eficazes e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, contribuíram para a expansão das capacidades produtivas deste mercado tanto para o estado fluminense quanto para o país”, disse o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, segundo o comunicado. 

O presidente da federação chama atenção também para os desafios da atividade, que permanecem, incluindo a necessidade de reposição de reservas e a busca por soluções sustentáveis em um mundo que busca ser cada vez mais eficiente em carbono. “Além disso, a dependência de importações de combustíveis precisa ser abordada com urgência, a fim de mitigar a exposição do estado nesse segmento e reduzir a vulnerabilidade econômica”, disse Luiz. 

Queda no fator de reserva

O documento alerta para a queda de 10 anos do fator de reserva sobre produção: de 23 anos em 2014 para 13 anos em 2024, no caso do Rio, se igualando ao fator do Brasil, por exemplo.

“A evolução desse fator explicita a importância de encontrarmos soluções para agregarmos mais reservas e revertermos as perspectivas de queda da produção a partir da próxima década. Para isso, são necessárias ações para viabilizarmos a exploração de novas áreas, a extensão da vida útil de campos maduros e marginais, assim como a comercialidade de produção de certas áreas que hoje não possuem lógica econômica dentro do pré-sal”, disse a gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso, também em comunicado. 

Participações governamentais, PD&I e refino

O documento ressalta que, puxado pela combinação de crescimento de todas as variáveis que impactam a arrecadação – produção, preço do barril e câmbio –, as participações especiais do estado do Rio cresceram mais de 300% no período, chegando a R$ 12,6 bilhões. Já os royalties fluminenses aumentaram mais de 400%, atingindo a cifra de R$ 11,6 bilhões.

Este avanço é acompanhado pelo investimento em tecnologias, e pode ser observado pela análise da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), da ANP. Em 2016, as obrigações de investimentos somavam pouco mais de R$ 900 milhões. Em 2024, ultrapassaram R$ 4 bilhões anuais, totalizando – nesse período – R$ 23 bilhões em obrigações.

Dos projetos iniciados e divulgados pela agência, mais de 70% são investimentos focados nas áreas de exploração e produção, que contribuíram para consolidar o país como líder global dessa atividade em águas profundas e ultraprofundas. Os números seguem crescendo a cada ano, dando destaque para o investimento da indústria de petróleo em energias renováveis e descarbonização, que conquistaram R$ 1,05 bilhão dos recursos em PD&I em 2024, em comparação aos R$ 22 milhões em 2016.

Já a segurança do abastecimento foi analisada como o desafio da década, com a política de paridade de preço internacional, balança comercial e divergências entre parque de refino e consumo interno. Ao longo desses dez anos não foi observado aumento significativo do parque de refino, em especial no estado do Rio de Janeiro. No entanto, a expansão do consumo de combustíveis foi de 13%.

Por outro lado, foi registrado a melhoria operacional das refinarias, que alcançaram recordes de taxa de utilização passando da casa de 70% para 85% em 2024, com novos investimentos sendo anunciados. O destaque vai, entretanto, para o crescimento do óleo importado no total refinado no Brasil, ressaltando a dependência externa já apontada no Anuário de 2016. Mas, isso, ainda em função das características do parque de refino nacional que data da década de 1980.

A publicação também conta com projeções e análises da Firjan, assim como editorial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, assinado pelo vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. Além disso, o documento conta com a visão de importantes parceiros e players do mercado, apresentada por meio de artigos da Petrobras, Prio, Equinor, PPSA, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ANP e Rystad Energy.

Fonte: Revista Brasil Energia