
A Foresea, empresa do setor de perfuração offshore, anunciou nesta segunda-feira (15) que iniciou, em parceria com a Petrobras, o desenvolvimento de tecnologias pioneiras para a intervenção em poços de petróleo em águas rasas, com sondas de grande porte e posicionamento dinâmico. A meta é permitir a navios-sondas projetados para atuar em águas profundas operar com segurança em poços a menos de 400 metros de profundidade, reduzindo os esforços sobre cabeças de poços durante as operações.
O diretor da Foresea, Heitor Gioppo, disse que há no Brasil centenas de poços em águas rasas que precisam ser finalizados ou passar por algum tipo de intervenção e que a tecnologia que está sendo desenvolvida vai possibilitar a exploração com menos impacto e mais segurança e precisão. A técnica será aplicada pioneiramente no navio-sonda Norbe VIII, da Foresea, e os primeiros testes de fábrica estão previstos para este segundo semestre.
O projeto foi iniciado no primeiro semestre, quando uma equipe multidisciplinar da Foresea se reuniu com os parceiros envolvidos nele. A proposta é integrar diferentes tecnologias, como a Reactive Flex Joint, da TechnipFMC, que reduz a sobrecarga na cabeça dos poços, com um dispositivo conhecido como K-BOS (da Kinetic), uma gaveta que pode fazer cortes instalada no BOP capaz reduzir o tempo de desconexão do poço em caso de necessidade e eliminar riscos de operações com elementos não cisalháveis em frente ao BOP, equipamento de segurança que controla a pressão do poço, e o Neosight, da Stress Engineering, sistema de análise de riser que calcula os círculos de desconexão segura com base em dados em tempo real de condições ambientais.
Segundo a Foresea, a solução que está sendo desenvolvida para a Norbe VIII segue a mesma linha de ancoragem de BOP usada pioneiramente na plataforma semissubmersível Norbe VI. Essa tecnologia possibilita que sondas de posicionamento dinâmico sejam usadas em poços de águas rasas sem necessidade de ancoragem no fundo do mar, de forma mais ágil e com menos impacto ambiental.
“Com a tecnologia que estamos desenvolvendo para a Norbe VIII, será possível que um navio-sonda de posicionamento dinâmico fique conectado à cabeça de um poço em água rasa com um nível de controle de precisão e segurança que hoje não existe no mundo”, disse o gerente de inovação da Foresea, Alessandro Pasini, que coordenou a estruturação do projeto.
Fonte: Revista Portos e Navios