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Clippings - 18/06/09

Fornecedores montam estratégia para disputar as encomendas do pré-sal

Sorice, da brasileira Anacom, fechou parceria com a inglesa Drilling Systems para entrar nos negócios que o pré-sal deverá gerar nos próximos anos.

A crescente expectativa do mercado brasileiro e internacional quanto às perspectivas de produção de petróleo na camada pré-sal é o principal fator que explica a reunião de 636 empresas de 34 países para quatro dias de exposição, que terminam amanhí, em uma área de 31 mil metros quadrados de Macaé, Rio de Janeiro, principal centro da indústria do petróleo do país.

Empresas como a suíça Sulzer, cuja filial brasileira prepara-se para fabricar bombas centrífugas para injeção de água em poços (para aumentar a pressão dos reservatórios) de até sete megawatts de potência que deverão ser usadas nos campos do pré-sal. Ou como a francesa Bardot, que espera fechar até julho seu primeiro contrato no Brasil, fornecendo para a Petrobras envoltórios especiais para proteção de equipamentos que irão operar nas altas pressões do campo de Tupi, se sua parceira Technip vencer a licitação da estatal.

Nós já projetamos a ampliação da nossa bancada (de testes) para bombas de até oito megawatts, disse Jonas Lessa, diretor comercial da Sulzer no Brasil. Hoje a bancada tem capacidade para bombas de até cinco megawatts, uma vez que a produção nas profundidades atuais exige, no máximo, bombas de até quatro megawatts. A nova bancada, diz Lessa, estará operando em, no máximo, um ano, a tempo de concorrer à demanda de 13 equipamentos que a Petrobras está contratando no mercado, incluindo os pilotos 2 e 3 de Tupi e oito plataformas flutuantes. A Sulzer Brasil faturou, no ano passado, R$ 239 milhões, sendo 60% em contratos com a Petrobras. Este ano a participação da estatal aumentou para 80% o que, segundo Lessa, evitará perda de receita por conta da crise internacional.

No Espaço França da 5ª edição da feira Brasil Offshore, 18 empresas, o triplo da edição anterior, trabalham para abocanharem uma fatia dos negócios que o pré-sal promete gerar. O anúncio da camada pré-sal, considerada a maior descoberta dos últimos 20 anos do setor de exploração de petróleo, supera previsões pessimistas (sobre a crise internacional), diz Michel Curletto, chefe do setor de Petróleo, Energia e Construção Naval da Missão Econômica da França no Rio de Janeiro.

Em um pequeno estande do espaço francês, Guy Bardot, presidente do Bardot Group, não esconde a expectativa de fechar seu primeiro negócio no Brasil, vendendo para a Petrobras revestimentos especiais para equipamentos que operam em alta pressão, destinados ao campo de Tupi. Até agora, a Bardot tem concentrado 80% das suas vendas no mercado da África Ocidental. O restante vai para o Golfo do México e a Austrália. Para Bardot, a entrada no mercado brasileiro é auspiciosa para a indústria francesa. O Brasil tem muito petróleo para explorar e a França é o segundo maior exportador mundial de engenharia de petróleo, resume.

A alemí Demag Crane & Components, fornecedora de pontes rolantes para movimentação de equipamentos superpesados, já saiu da expectativa para a comemoração do seu ingresso no novo Eldorado. Ela acaba de entregar para a empresa Petroserv uma ponte rolante de 63 toneladas destinada a equipar a oficina de manutenção de três sondas de perfuração contratadas por sete anos para operar no pré-sal.

Mauro Reich, superintendente de vendas da Demag, disse que o mercado de petróleo já estava aquecido por causa dos muitos projetos de exploração e produção em andamento e acrescentou que o pré-sal vai ser um ’plus. A indústria do petróleo absorve 80% dos contratos da filial do Rio de Janeiro da Demag Cranes que, por sua vez, representa de 12% a 15% dos contratos da subsidiária brasileira.

Outra alemí que já está mergulhada no pré-sal é a Schulz, fabricante de tubos e conexões industriais. A empresa anuncia hoje, na Brasil Offshore, investimento de R$ 20 milhões para a construção de sua quarta fábrica no município de Campos (RJ). A nova unidade vai produzir tubulações destinadas a operar em situações extremas, tendo como principal foco a exploração da camada pré-sal.

Foi também a sedução do petróleo, especialmente do pré-sal, que levou a paulista Anacom a se associar no ano passado com a inglesa Drilling Systems. Tradicional distribuidora de produtos de tecnologia de São Caetano do Sul, a Anacom está na feira de Macaé oferecendo os simuladores de operação em plataforma marítima da Drilling, uma empresa 100% dedicada ao setor petróleo.

Segundo Rafael Sorice, o carro-chefe do catálago da Drilling é o novo Drill 6000, um simulador para plataformas altamente mecanizadas, como deverão ser as do pré-sal, capaz de reproduzir fielmente todas as situações de risco da operação das plataformas, incluindo o temido blow-out, acidente caracterizado pela irrupção explosiva de uma coluna de gás. O simulador, destinado ao treinamento de plataformistas, pode custar até R$ 16 milhões, dependendo do seu grau de sofisticação.