Apenas a Modec e o consórcio BW Offshore/Saipem apresentaram proposta técnica no bid da Shell para o afretamento do FPSO de Gato do Mato. A entrega das ofertas comerciais serão entregues apenas no dia 1º de março. As informações foram confirmadas por fontes do PetróleoHoje.

A Shell recebeu as primeiras propostas do bid na segunda-feira (1/2). No mercado, já havia a expectativa de que o número de empresas interessadas ficasse limitado apenas à Modec e ao consórcio BW Offshore/Saipem. A petroleira anglo-holandesa também convidou a SBM para participar do processo, mas informalmente o grupo holandês dava sinais de que declinaria.

A maior aposta do mercado em relação ao resultado do bid se volta ao consórcio BW/Saipem. No segundo trimestre de 2020, as duas empresas assinaram memorando de entendimento para formação de parceria no segmento de FPSOs, mirando, principalmente, o FPSO de Gato do Mato.

A avaliação de executivos do setor é de que a Modec deve vir com preços altos por já estar com um volume de encomendas expressivo.

BW e Saipem dão sinais de apostar alto no projeto da Shell. As duas empresas não arrematam contratos de FPSO no Brasil há um longo período.

O FPSO de Gato do Mato terá capacidade para produzir 90 mil barris/dia de óleo, comprimir 8,5 milhões de m³/d de gás natural e estocar até 1 milhão de barris. O projeto está programado para entrar em operação entre 2023 e 2024.

O contrato de afretamento da unidade de produção será válido pelo prazo de 15 anos, com possibilidade de prorrogação por dois períodos opcionais de cinco anos cada um.

Histórico

As primeiras ações da Shell direcionadas ao FPSO de Gato do Mato foram realizadas em maio de 2019, quando foi liberada a RFI (Request for Information) do projeto. Na ocasião, a petroleira apresentou ao mercado mais de uma alternativa técnica para a unidade, com planta de produção para 60 mil barris/dia e 90 mil barris/dia de óleo.

O bid definitivo para afretamento do FPSO de Gato do Mato foi liberado há quase um ano, em março de 2020. Somente nessa época, a petroleira bateu martelo sobre a capacidade da unidade de produção do projeto.

Originalmente, a data de entrega de propostas foi marcada para 1º de setembro, mas depois o prazo acabou transferido para fevereiro.

A produção em Gato do Mato será a primeira operada pela Shell no pré-sal. Atualmente, a companhia opera o projeto de Bijupirá-Salema e complexo do Parque das Conchas, formado pelos campos de Abalone, Ostra e Argonauta, ambos localizados na Bacia de Campos.

A descoberta do prospecto de Gato do Mato foi feita em 2010, a partir dos trabalhos exploratórios executados no BM-S-54, bloco arrematado em 2005, na 7ª rodada . Em 2017, a petroleira adquiriu, em parceria com a Total, na 2ª rodada de partilha, a área de Sul de Gato do Mato, que, mais recentemente, passou a contar com a participação da Ecopetrol.

Fonte: Revista Brasil Energia