Usina Rondon II, do grupo Eletrogóes, foi o primeiro projeto que já recebeu financiamento do fundo, no valor de R$ 58 milhões
A energia renovável agora tem mais um agente financiador no país. O Fundo Brasil Mezanino Infraestrutura, gerido pela Darby Stratus, tem cerca de R$ 400 milhões para investir em diversos setores da economia, sendo que desse total, R$ 150 milhões será dedicado ao setor de energia, de acordo com o diretor executivo da Darby Stratus, Eduardo Farhat. Por enquanto, o único projeto que recebeu financiamento do fundo foi a Usina Rondon II, do grupo Eletrogóes, que atua em geração de energia limpa na região Norte. A usina tem capacidade instalada combinada de 100 MW.
A Eletrogóes foi a primeira empresa que recebeu financiamento do fundo no montante de R$ 58 milhões para a conclusão da usina Rondon II, comentou o executivo. Segundo ele, o modelo de geração da companhia é inovador por associar uma unidade de geração de energia elétrica a uma operação de biomassa produzida a partir do manejo de florestas plantadas em áreas degradadas. O projeto também é importante pelo fato de gerar energia renovável dentro do Sistema Isolado, contribuindo para a redução do uso de combustível fóssil e a redução de emissões de gases do efeito estufa na região, observou o executivo.
Farhat disse ainda que a Eletrogóes tem planos de expandir o negócio de geração através da biomassa. A companhia tem todo um know-how por trás desse negócio tanto na manipulação da biomassa como na otimização da capacidade de geração, contou. Segundo ele, pelo menos seis novos projetos da companhia estão sendo analisados pela Darby Stratus com possibilidade de financiamento através do fundo.
A Darby Stratus, de acordo com Farhat, também já tem conversas avançadas com empreendedores de geração eólica, PCH, biocombustíveis a partir do etanol ou até biocombustíveis de segunda geração. Hoje temos 22 projetos ativos no fundo, sendo que 12 são da área de energia, sem contar os da Eletrogóes, calculou. No entanto, para que um projeto seja financiado pelo fundo, ele precisa ter algumas características, como ser um projeto de qualidade, com rentabilidade adequada, impacto sócio-ambiental positivo, além de contar com empreendedores experientes.
O que a gente busca são empreendedores experientes, com bom histórico no setor onde ele está operando. Poucas vezes a gente entra em um empreendimento no qual é a primeira vez que alguém está operando naquele setor, explicou. Ele disse ainda que a companhia presta muita atenção no que se chama de investimento responsável. Além do projeto ter um retorno financeiro adequado, ele tem que ter um impacto e uma adequação a sociedade bastante positivo, completou.
Apesar do fundo estar voltado para a energia renovável, Farhat comentou que isso não impede que sejam realizados financiamentos para projetos de energia fóssil. A energia fóssil tem o seu papel na matriz energética brasileira, por isso, mesmo priorizando a energia renovável, não quer dizer que a gente não olha para projetos que utilizem a energia fóssil, disse. (Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Negócios
20/07/2009)