Na onda do pré-sal, o mercado financeiro começa a preparar produtos para também participar do bom momento. No Rio, o banco CR2 se uniu a Nelson Guitti, ex-Petrobras, para formar a CR2 Guitti Gestora de Recursos, de olho nos investimentos no pré-sal.
Eles pretendem captar até R$ 750 milhões em um fundo de private equity, com prazo de oito anos, que vai dar crédito a empresas de porte médio que prestam serviços para a Petrobras. O fundo ainda está em fase de cumprimento de exigências para aprovação na CVM. Eles pretendem começar a captar no primeiro semestre.
Uma das exigências para prestar serviços à Petrobras é que 75% da contratação de bens e serviços sejam nacionais. Assim muitas companhias estão procurando parceiros para se estabelecer no Brasil.
O Banco CR2, como outros no Rio de Janeiro, já tinha experiência em lidar com crédito para empresas do setor de petróleo. Só que agora, no caso da CR2 Guitti, ela entrará na gestão dos negócios em que investir e pretende até promover fusões e aquisições. Contudo a maior diferença, sem dúvida, está nas dimensões dos negócios.
O que se verá agora será um aumento gigantesco na escala. Essas empresas vão precisar de muitos recursos, comenta Nelson Guitti. Ele lembra que, por um mapeamento do BNDES, calcula-se que para a cadeia de fornecedores serão necessários investimentos da ordem de US$ 5 bilhões até 2011. Guitti conta também com a mudança na regulamentação dos fundos de pensão, que agora podem investir uma maior proporção em private equity.
O fundo mira fornecedores de máquinas e de válvulas; bem como empresas de meio ambiente e logística. Esses fornecedores estão localizados sobretudo no Sudeste. Acreditamos que não haverá dificuldade em investir e fornecer os equipamentos, o que mais nos preocupa no setor é a escassez de mão-de-obra, destaca Guitti.