O conselho diretor do FMM analisou em 15 de agosto mais pedidos de acesso a crédito e a expectativa é de que o setor naval seja contemplado. Licitações de grandes obras estão abertas e os estaleiros precisam de crédito para participar delas.

O conselho diretor do Fundo de Marinha Mercante (FMM) se reúne nesta quinta-feira (15) para avaliar e, possivelmente, aprovar o financiamento de projetos do setor naval. A expectativa, segundo fontes, é de que sejam contempladas propostas de estaleiros, para que participem de licitações da Transpetro e Petrobras para a construção de quatro navios e 12 barcos de apoio, respectivamente.
O conselho recebeu as propostas até o dia 17 de junho. Hoje, o colegiado vai analisar se os projetos apresentados se encaixam nas diretrizes e condições previstas na legislação. A intenção do governo é incentivar o setor naval brasileiro, no mesmo sentido do posicionamento da Petrobras e da sua subsidiária de logística.
O FMM, administrado pelo ministério de Portos e Aeroportos, possui R$ 16,2 bilhões disponíveis para financiamento. Em evento promovido pela Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (Abeemar), neste mês, a analista de Infraestrutura do ministério Maria de Lara Oliveira falou com entusiasmo a uma plateia de representantes de estaleiros sobre a expectativa do governo de utilizar esse dinheiro para incentivar a retomada do setor.
“Hoje, está faltando o setor chegar, ter mais projetos de construção, focados em grandes embarcações e não apenas em docagem, reparo e modernização”, afirmou ela.
O fundo tem, neste ano, R$ 8,9 bilhões classificados como prioridade no financiamento de novos projetos dos segmentos de plataformas (R$ 8,6 bilhões) e de apoio marítimo (R$ 300 milhões), segundo estatísticas divulgadas pelo FMM em seu site. Este valor corresponde a 22 obras aprovadas, que não chegaram a ter o dinheiro liberado. Isso significa que o setor tem sondado a possibilidade de ter acesso ao dinheiro, mas não chega a contratar o financiamento de fato.
Desse valor, R$ 8,6 bilhões foram reservados à Petrobras para a construção dos dois FPSOs do projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP I e II). A estatal tentou licitar o afretamento das plataformas, mas sem propostas consideradas viáveis, suspendeu a concorrência. Agora, avalia construir as unidades produtoras.
A Petrobras também está com uma concorrência aberta para contratar 12 barcos de apoio marítimo, candidatos naturais ao apoio do fundo. No ano passado, o segmento fechou o financiamento de R$ 754 milhões para 44 obras.
Fonte: Brasil Energia