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Clippings - 23/10/25

FUP: Leilão confirma avanço das multinacionais sobre o pré-sal

Federação diz que Petrobras teve participação tímida e modelo de partilha precisa ser revisto. Para Ineep, leilão mostrou que atuação da estatal garante mais excedente de óleo para União

Sessão pública do 3º Ciclo da OPP promovido pela ANP (Foto: Divulgação ANP)

O resultado do 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha (OPP), realizado pela ANP nesta quarta-feira (22), confirmou que a flexibilização do regime de partilha representa perdas sobre o potencial energético do pré-sal e riscos à segurança energética nacional, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“O modelo de Oferta Permanente de Partilha no pré-sal precisa ser revisto. O pré-sal deve ser tratado como um ativo estratégico da nação”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, ao constatar, mais uma vez, o avanço das petroleiras multinacionais sobre o pré-sal, facilitado pela flexibilização do regime de partilha, que retirou a obrigatoriedade de participação da Petrobrás como operadora única.

Segundo a entidade, dos cinco blocos arrematados, três foram adquiridos por petroleiras privadas multinacionais, enquanto a Petrobras teve uma participação tímida, embora o leilão tenha marcado o seu retorno aos leilões de áreas do pré-sal, após sua ausência desde 2023.

A estatal arrematou dois blocos (Citrino e Jaspe), na Bacia de Campos, o primeiro como operadora única e outro em consórcio com a Equinor (40%). Para isso, pagou um bônus de assinatura de cerca de R$ 37 milhões e ofertou um excedente em óleo médio de 32%, cerca de três vezes superior ao ofertado pelas empresas multinacionais, destacou a FUP.

Ineep: 3º Ciclo da OPP frustra previsão de arrecadação

O resultado do 3º Ciclo da OPP, para o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), confirmou que a flexibilização do regime de partilha representa perdas sobre o potencial energético do pré-sal e que a atuação da Petrobras garante maior arrecadação de excedente em óleo para a União quando a empresa arremata blocos.

“O edital do 3º Ciclo da OPP dispunha de 13 blocos exploratórios, o maior número já ofertado em uma rodada licitatória do pré-sal. A expectativa inicial do governo era de uma arrecadação total de aproximadamente R$ 516,2 milhões. No entanto, apenas sete blocos receberam declarações de interesse por parte das 15 empresas habilitadas para o certame, o que reduziu a estimativa de arrecadação para R$ 161,4 milhões”, disse o Ineep.

Segundo o instituto, ao fim somente cinco blocos foram arrematados, resultando em um bônus de assinatura de R$ 103,7 milhões para União, valor que representa cerca de 20% da arrecadação inicialmente prevista.

O Ineep considerou que o fato da Petrobras ter ofertado um excedente em óleo médio de 32%, cerca de três vezes superior ao ofertado pelas empresas multinacionais, atesta que a entrada da companhia em leilões é estratégica e importante, tanto para o aumento da arrecadação estatal, quanto para o maior controle e coordenação estatal do uso do potencial energético brasileiro.

Fonte: Revista Brasil Energia