Hoje, a profundidade do estuário gira em torno de 13 metros, mas está para ser ampliada
O governo começa a analisar os projetos do setor que serão contemplados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que deve vigorar em 2011, no próximo governo. Segundo o ministro da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, uma obra já certa no PAC-2, que será preparado ao longo de 2010, é a dragagem de aprofundamento para 17 metros do canal de Santos. Hoje, a profundidade do estuário gira em torno de 13 metros, mas está para ser ampliada.
Na próxima quinta-feira, afirmou hoje o ministro, o Ibama deve soltar a licença de instalação que trata da ampliação da profundidade do canal para 15 metros, o que permitirá a chegada de navios maiores. Segundo ele, não há possibilidade de a obra sofrer atrasos. Vamos ter a dragagem concluída antes do final de 2010, dentro da previsão, disse o ministro, que participou hoje de evento sobre logística na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
ACESSOS – Além do investimento do PAC-2 planejado para o Porto de Santos, que o tornará o maior concentrador de cargas na América do Sul, Brito disse que é imprescindível investir nos acessos de chegada ao porto, como estradas e ferrovias, além de hidrovias. Necessariamente haverá novos investimentos. Fora o Rodoanel, que deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2010 e vai dar uma folga grande para a questão dos acessos terrestres, temos o projeto do Ferroanel, que é igualmente importante, afirmou.
De acordo com Brito, o governo federal já tem mapeados vários acessos que precisam de melhoria e pautarão discussões com o governo estadual. Além do Rodoanel (SP) e das Ferrovias Norte-Sul/Leste-Oeste, o ministro também comentou em palestra que precisam de novos aportes o Arco Rodoviário (RJ) e a Ferrovia Transnordestina.
Para explicar a urgência de obras de acessos terrestres, Brito citou que 85% de toda a carga movimentada pelo Porto de Santos – que deve chegar a 90 milhões de toneladas em 2009, mas bater os 232 milhões de toneladas até 2024 – chega por caminhões. De acordo com o ministro, mesmo se 50%, e não 85%, viesse por caminhões, já seria um número estratosférico, 115 milhões de toneladas transportadas pelo modal rodoviário. É uma questão grave que precisa de solução. Do contrário, poderemos comprometer o crescimento do Porto de Santos, afirmou. Por ora, cerca de US$ 1 bilhão está sendo empregado em obras para melhoria da infraestrutura portuária brasileira.
Um outro grande desafio que se apresenta ao País, na avaliação do ministro, diz respeito à mudança da matriz de transporte do Brasil, com necessidade de investimentos pesados na criação de hidrovias, mais baratas e menos poluentes que o modal rodoviário É necessário construir novas ferrovias, investir na dragagem dos rios e em novas reclusas para transformar os 40 mil quilômetros que temos em hidrovias para o transporte de mercadorias, comentou.