O governo de Pernambuco tem pretensões de se transformar no maior polo naval do Brasil, mas ainda precisa acelerar as obras de infraestrutura para atender ao Estaleiro Atlântico Sul – empreendimento primogênito e âncora do ambicioso cluster. Em fevereiro de 2010, o EAS precisa abrir as comportas do dique seco e fazer boiar o primeiro petroleiro da encomenda de dez navios da Transpetro, mas a licitação da dragagem está emperrada. Outra obra que se arrasta é a do acesso rodoferroviário, que obriga o estaleiro a sofrer, diariamente, com o congestionamento de carros e veículos pesados que trafegam pela obra.

O diretor de Engenharia e Meio Ambiente de Suape, Ricardo Padilha, explica que os dois projetos foram questionados pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE). A licitação do acesso está suspensa desde maio deste ano. “Temos a expectativa de que o Tribunal se pronuncie ainda esta semana”, acredita. Orçado em R$ 81 milhões, o projeto do acesso tem previsão de execução em 12 meses. A dificuldade é que se o TCE não acatar as considerações feitas por Suape, o processo de licitação terá que recomeçar do zero e demorar cerca de 90 dias para ser concluído. Isso significa dizer que vai ser concluído em 2011.

Com prazo de execução de 12 meses, a demora na execução da dragagem é ainda mais preocupante. O governo precisa iniciar pelo menos a área na frente do dique seco para permitir a flutuação dos navios. “Esse trecho conseguimos concluir num prazo de três a quatro meses”, diz Padilha.

Nos bastidores do governo, o comentário é que o embargo das licitações tem viés político. A auditoria do acesso está na mesa do conselheiro Carlos Porto, que chegou a receber a visita do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, pedindo o destravamento do processo.