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Clippings - 21/07/09

Grupo brasileiro passa a deter 49,9% da MDS SGPS, em sociedade com o Sona e Suzano internacionaliza corretora de seguros

A Suzano anunciou ontem a internacionalização de suas operações nos mercados de seguros e resseguros. Em uma operação que somou € 50 milhões, a companhia brasileira formou uma joint venture com o grupo português Sonae para reunir os investimentos das duas companhias nessas áreas.

A Suzano passa a deter 49,9% das ações da holding MDS SGPS, pertencente ao Sonae, que mantém o restante da participação no capital (50,01%). Com isso, o grupo brasileiro torna-se sócio da 15ª maior corretora do mundo, com prêmios emitidos que superam US$ 1,8 bilhão e presente em 21 países.

As duas companhias já eram sócias da corretora brasileira Lazam MDS, desde 2002. A Suzano detinha 55% do capital e o Sonae, por meio da MDS SGPS, possuía os outros 45%. Agora, os dois dividem o controle da holding global MDS SGPS, em uma transação que envolveu troca de ações e aporte de recursos por parte da Suzano, somando € 50 milhões.

Participar de uma holding global de seguros e resseguros era um sonho antigo do grupo e essa nova empresa amplia nossos horizontes de negócios, afirma Daniel Feffer, vice-presidente corporativo da Suzano Holding.

Para José Manuel Dias da Fonseca, CEO da MDS SGPS, os dois grupos econômicos têm muitas similaridades e era natural que a parceria se estendesse. A origem das corretoras são parecidas, surgidas dentro de grupos familiares e com forte crescimento nos últimos anos. É um modelo de negócio que traz segurança e visão de longo prazo, completou.

A holding terá um conselho de administração composto por quatro representantes do sócio português e mais três do lado brasileiro. Além disso, Dias da Fonseca, Adriano Ribeiro e Eduardo Bom Ângelo compõem a comissão executiva.

Com a nova estrutura, a MDS SGPS passa a deter 100% das ações da brasileira Lazam MDS e também 100% do capital da portuguesa MDS. Além disso, a holding ainda é a maior acionista (com 32,2% do capital) da Cooper Gay, terceira maior broker de resseguro do mundo, baseada em Londres. Tem ainda 25% da Seguros Continente, empresa que vende seguros na rede de supermercados Sonae (que detém os outros 75% do capital).

A Lazam MDS continua sob o comando de Eduardo Bom Ângelo e a estratégia de expansão está mantida. Desde que assumiu, vindo da Brasilprev, Bom Ângelo já comandou sete aquisições. As duas últimas foram a catarinense ADDmakler, no ramo de gerenciamento de riscos, e a carioca Miral, de resseguros.

A Lazam foi criada em 1976, como uma operação para atender o próprio grupo Suzano. Nos últimos anos, a corretora adotou uma estratégia mais agressiva, com a aquisição de diversas outras corretoras. Em 2002, a companhia se associou à portuguesa MDS, criando a Lazam MDS.

Hoje a corretora é a 3ª maior do país, atuando em três unidades de negócios: autos e patrimônio pessoal, riscos empresariais e benefícios. A carteira soma prêmios de cerca de R$ 600 milhões, atendendo 700 mil clientes individuais e outros 9 mil empresariais, sendo 500 grandes grupos econômicos.

No primeiro semestre tivemos um crescimento de 13%, com os ramos de benefícios e riscos empresariais registrando expansão de aproximadamente 30%, afirma Bom Ângelo. Ele ressalta que a expectativa é manter os mesmos patamares para até o fim do ano.

A história da MDS tem similaridades com a Lazam. Ambas surgiram dentro de um grupo empresarial familiar para inicialmente atender necessidades próprias e recentemente se abriram ao mercado, apresentado forte expansão por meio de aquisições e de crescimento orgânico. A MDS foi criada em 1984 e hoje é líder no mercado de corretagem português, gerindo 40 mil clientes e cerca de US$ 140 milhões em prêmios.

Já no ramo de resseguros, a Cooper Gay está presente em 20 países, com 30 escritórios, sendo dois deles no Brasil. Em 2008, a companhia intermediou cerca de US$ 1,4 bilhão em prêmios, com volume de negócios de aproximadamente de US$ 140 milhões.

O CEO da MDS SGPS destaca que a presença global é assegurada também pela rede internacional de corretores de seguros Brokers Link, presente em mais de 50 países e com cerca de 200 escritórios, disse Dias da Fonseca.

A estratégia de expansão por meio de aquisições deve se manter na nova holding. Os executivos acreditam que tanto no Brasil quanto em Portugal há espaço para consolidações. O mercado de resseguros também apresenta oportunidades nesse sentido. As companhias cresceram com aquisições e com integrações muito eficientes. Temos esse know how, completou Dias da Fonseca.

Além disso, está na pauta o crescimento dos negócios nos países da América Latina. O grupo já tem atuação em paises como Argentina, Chile e México. Ainda vamos discutir nas próximas reuniões do Conselho as estratégias para a expansão na América Latina, afirmou Feffer.