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Clippings - 03/07/09

Hub ports: alternativa viável no Brasil?

A Hamburg Sud tem a intenção de, até 2011, trazer navios com capacidade de 7,1 mil TEUs para as rotas do Brasil para Europa, Américas e Ásia. A informação foi dada ao NetMarinha e permite que se levante uma questão: os portos brasileiros estão preparados para receber navios desse porte? De acordo com a própria empresa, sim: os portos já estão operando navios de grande capacidade, principalmente graças ao Plano Nacional de Dragagem, em execução pelo Secretaria Especial de Portos. Porém, existe outro assunto a ser debatido a partir das expectativas dos armadores em trazer navios cada vez maiores para o país: a alternativa de se ter portos concentradores de carga é viável por aqui? Com o objetivo de tentar chegar a uma resposta para essa questão, o NetMarinha promoverá o Fórum NetMarinha 2009 sobre os hub ports, a se realizar durante a Itajaí Trade Summit 2009, no dia 01 de outubro.

De acordo com Hélio Flávio Vieira, doutor na área de Logística e Transporte, a exitência de hub ports não é apenas uma possibilidade, como uma grande saída para o problema da cabotagem aqui. Um dos grandes entraves para a cabotagem é o desequilíbrio entre cargas no norte e sul. Cargas do sul e sudeste para o norte… tem muito, mas carga de retorno não existe. Tem de haver uma redistribuição, pois isso aumenta o preço da cabotagem e faz com que ela perca competitividade para o transporte rodoviário. São questões políticas e históricas, mas a existência de um hub port iria reduzir esse problema, destaca Vieira.

Para a Hamburg Sud, alguns portos já desenpenham a função de concentrador, como Suape, Sepetiba e Santos. Já Vieira acredita que essa função deveria ficar com os portos de Rio Grande e Suape, principalmente pela questão geográfica. Suape se tornando um hub port, vai contribuir com a redução das distâncias internacionais. O porto iria concentrar cargas de importação e exportação, e o navio de grande porte, que é uma tendência, iria parar e a carga seria redistribuída em navios de menor porte. Isso contribuiria para conter o alto custo de manutenção e dragagem, além de desenvolver nossa cabotagem, afirma. Para determinar os portos ideais para a função, Vieira fez um estudo sobre o fluxo de cargas do comércio exterior brasileiro. Ele determinou que há um equilíbrio nas cargas que vem dos Estados Unidos e da Ásia e, portanto, os portos ideias para serem concentradores seriam Suape e Rio Grande (no extremo norte e extremo sul, respectivamente). Além disso, ele considerou portos que tivessem menores custos de manutenção – com dragagens, por exemplo – e possibilidades de áreas de expansão.

Por fim, Vieira acredita que o desenvolvimento atrasado do Brasil na questão dos hub ports se deve a entraves corporativistas: Hoje é corporativismo puro. Eles estão dando incentivos para a indústria naval, se tivessem a mesma política com os hub ports, a cabotagem já estaria desenvolvida.