O documento atesta a viabilidade ambiental da atividade de produção e escoamento de petróleo e gás natural do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos – Etapa 4, que contempla cerca de 10 projetos – entre eles, os FPSOs de Búzios 9, 10, 11 e 12, assim como um FPSO para o bloco de Aram

O Ibama emitiu, na segunda-feira (15), a licença prévia para a atividade de produção e escoamento de petróleo e gás natural do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos – Etapa 4. A autorização atesta a viabilidade ambiental da atividade, aprovando sua localização e concepção, conforme descrito no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e suas complementações.
O EIA da Etapa 4, elaborado em novembro de 2024, prevê a instalação e a operação de 10 unidades de produção (como os FPSOs de Búzios 9, 10, 11 e 12, assim como um FPSO para o bloco de Aram), localizadas a uma distância mínima de 178 km da costa dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em lâmina d’água mínima de 1.880 m. Essas unidades serão responsáveis por produzir petróleo e gás de 10 projetos, conforme a imagem abaixo:

Os 10 projetos que compõem o Etapa 4 terão cerca de 152 poços, totalizando uma produção média estimada de 123 mil m³/dia de petróleo (cerca de 773 mil bpd) e 75 milhões de m³/dia de gás natural, segundo o EIA. O tempo médio de operação previsto para cada uma das unidades é de 25 anos, o que corresponde ao período de concessão ou ao tempo para produção dos volumes negociados com a ANP.

Além dos 10 projetos, o desenvolvimento da Etapa 4 também contempla estruturas submarinas como: poços; linhas de produção, de injeção de águas e gás e de serviço; umbilicais de controle; Árvores de Natal Molhada (ANM); manifolds e gasodutos de exportação.
O estudo também sinaliza as principais bases de apoio para atender às atividades da Etapa 4, que são: o Complexo Portuário do Rio de Janeiro e Niterói (RJ), o Porto de Imbetiba (RJ), e o Porto do Açu (RJ), assim como os aeroportos de Cabo Frio (RJ), Jacarepaguá (RJ) e Maricá (RJ), e as unidades de tratamento de gás natural de Caraguatatuba (UTGCA), em SP, e de Cabiúnas (UTGCAB), no RJ, bem como a unidade de processamento de gás natural (UPGN) de Itaboraí (RJ), no atual Complexo de Energias Boaventura (ex-Gaslub e Comperj).
Ainda segundo o EIA, não há previsão de geração de novos postos de trabalho nas fases de planejamento e instalação do projeto. No entanto, na fase de operação, é prevista a criação de 1.596 postos de trabalho terceirizados, sendo 996 para atuação dos FPSOs afretados e 600 nos FPSOs próprios.
Cronograma
O EIA prevê que o primeiro óleo de Búzios 9 (P-80) e de Búzios 10 (P-82) será em 2026, enquanto o início de operação de Búzios 11 (P-83) será em 2027. No entanto, segundo o Plano de Negócios da Petrobras 2025-2029, o primeiro óleo dessas três unidades está previsto para 2027.
O documento também estima que o início de operação de Atapu 2 (P-84) será em 2028. Porém, segundo o PN 2025-2029, o primeiro óleo deste FPSO está previsto para 2029.
Já Sépia 2 (P-85) está previsto para começar sua operação em 2029, segundo o EIA. No PN 2025-2029, a unidade faz parte da linha do tempo 2030+ dos projetos da companhia.
Os outros quatro projetos não constam no PN 2025-2029. O projeto Mero FR, que provavelmente será explotado pelo FPSO Pioneiro de Libra, está estimado para 2026, enquanto Mero 5 está previsto para iniciar sua operação em 2032. O projeto de Aram 1 também está previsto para 2032.
Por fim, a revitalização de Tupi, projeto em estudo para desenvolver potencial remanescente e otimizar a produção integrada aos sistemas já instalados, está prevista para 2030.

Localização dos 10 projetos. Fonte: EIA da Etapa 4 do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos
Fonte: Revista Brasil Energia