A explosão da plataforma Deepwater Horizon da British Petroleoum (BP), que provocou o vazamento de petróleo no Golfo do México, está mudando bastante o cenário de seguros para a área de energia, que inclui riscos com petróleo e gás. Segundo especialistas, o preço das apólices têm apresentado aumento de 20%, em média. Algumas seguradoras estão deixando esse mercado e a oferta está restrita.. As perdas estimadas para as seguradoras com o vazamento no Golfo do México superam US$ 1,2 bilhão e esse já é considerado o pior sinistro para o setor na área de petróleo. Até então, o maior sinistro desta natureza, em relação a danos materiais, ocorreu em 1988, com a explosão de uma plataforma de produção e exploração de petróleo no Mar do Norte, no Reino Unido, com danos de US$ 1,6 bilhão, em valores corrigidos em 2009. A Petrobras tem uma apólice única de seguros, renovada anualmente em abril. Por conta disso, a alta não afetou o seguro contratado este ano. Para o ano que vem, todavia, poderá ser sentido algum impacto, uma vez que esse tipo de risco demanda muita capacidade de resseguro (seguro do seguro), cujo mercado é global. Nos Estados Unidos, as empresas petroleiras Exxon Mobil, Chevron, ConocoPhillips e Shell prometem se unir em um fundo de US$ 1 bilhão para montar um sistema de controle de vazamentos de petróleo nas águas do golfo do México. O fundo será usado inicialmente para construir equipamentos submersos de contenção, que operarão a até 3.000 metros de profundidade para capturar até 15,9 milhões de litros de petróleo por dia. As empresas formarão uma organização sem fins lucrativos chamada Marine Well Contained Company para operar e manter o sistema. O fundo será aberto a qualquer companhia envolvida em prospecção de petróleo no golfo, incluindo a BP. O esforço parece almejar convencer o governo americano a liberar as perfurações no golfo, já que foi imposto veto de seis meses nas prospecções por conta do vazamento. No Brasil, o derrame acendeu a preocupação dos órgãos do governo quanto a segurança da produção de petróleo em alto mar e também quanto a necessidade de haver um plano adequado para enfrentar acidentes tal como o ocorrido nos Estados Unidos. Hoje existem cerca de 130 plataformas no Brasil, sendo 90 de produção e 40 de exploração ativas. Está em fase de preparação o Plano Nacional de Contingência (PNC) para exploração e produção de petróleo em alto mar que deverá ficar pronto até setembro. As negociações para o PNC estão sendo realizadas com a Marinha, Agência Nacional do Petróleo (ANP), IBAMA e com empresas envolvidas, como a Petrobras. Apenas após o consenso, deverá ser publicado decreto presidencial instituindo o novo plano. Além da parte de prevenção, o plano incluirá ações de remediação ambiental em caso de acidentes, com procedimentos de segurança a serem adotados pelo governo nas concessões, e também no regime de partilha que será iniciado. É importante ressaltar que o plano de contingência virá ajustar a legislação ambiental aprovada em 2000, todavia, o sistema corrente dispõe de planos individuais de emergência que têm sido observados.