unitri

Filtrar Por:

< Voltar

Clippings - 06/06/11

Impasse preocupa terminal portuário

O impasse no comércio entre Brasil e Argentina começa a causar os primeiros reflexos negativos no Porto de Santos, o maior da América do Sul. A operadora portuária Deicmar aguarda a nacionalização de 1.850 veículos Fiat Siena, importados nesta semana do país vizinho. A chegada de um novo carregamento de 2 mil carros ao terminal da empresa, previsto para o fim do mês, será possível apenas após o escoamento deste primeiro lote. Esta situação de indefinição preocupa a direção da empresa.

As áreas do Porto para veículos são exíguas. Estamos condicionando o recebimento de mais veículos à nacionalização dos que já estão aqui, disse o diretor da Deicmar, Gerson Foratto. O próximo carregamento de carros Fiat Siena também vem da Argentina.

A estratégia da empresa é uma questão de prudência, segundo ele. Em 10 de maio passado, o Brasil deixou de conceder licenças automáticas para a importação de automóveis, auto peças e pneus fabricados no país vizinho. Na prática, a medida aumentou a burocracia para importação desses produtos. Ao não conceder licença automática aos veículos recebidos da Argentina, o Governo tornou mais lento o processo de nacionalização ¬ ou importação ¬ das mercadorias platinas.

Em condições normais, o processo de nacionalização de carros e peças em solo brasileiro demora em torno de 15 dias. Ainda não é possível dizer se esta média será mantida para as mercadorias que chegaram a Santos.

Foratto não precisou qual a capacidade do pátio da Deicmar. Mas explicou que estão ocupados quase em sua integralidade os 75 mil metros quadrados de que o terminal dispõe para armazenagem de veículos. Questionado se a situação pode ser considerada crítica, ele negou. O Porto de Santos exporta mais automóveis do que importa, razão pela qual eu não acredito que estas medidas de restrição à importação possam ocasionar grandes entraves no Porto. Até o momento, não temos registro de maiores problemas neste sentido por parte das montadoras.

Apesar de acreditar na resolução do problema, por confiar na integração entre as indústrias automotivas dos dois países, Foratto pensa que o caso é, sim, preocupante.A Argentina é o principal mercado para as exportações de automóveis do Brasil. Qualquer impasse que emperre as negociações entre os dois países pode ter reflexos negativos na exportação brasileira.

O comércio de veículos e auto peças é responsável por 50% das trocas entre os dois países, que no ano passado foram de US$ 33 bilhões superavitária a favor do Brasil em US$ 4 bilhões.

Além do terminal da Deicmar, que fica no Cais do Saboó, em Santos, o Terminal de Exportação de Veículos (TEV), em Guarujá, embarca e desembarca carros no Porto de Santos. A Santos Brasil, administradora do TEV, foi contatada por A Tribuna para comentar o assunto, mas não retornou até o fechamento desta edição.