Executivo afirma que possibilidade de abertura de capital da Energimp vem despertando bastante interesse do mercado.
A Impsa pretende atingir 300 MW de capacidade instalada no Brasil até o fim do ano. A empresa pretende crescer no país tanto na geração, por meio da Energimp, como na fabricação de equipamentos eólicos, através da ampliação das fábricas da Impsa Wind. Atualmente, a carteira de projetos em operação e em construção da Energimp no Brasil soma cerca de 800 MW. Para os leilões A-3 e de reserva, previstos para julho, a Impsa trabalha com outros 300 MW.
Posso antecipar que, para os próximos leilões, estamos considerando outros 300 MW. Isso dá uma ideia clara de que vamos continuar a crescer agressivamente, contou Luis Menghini, vice-presidente da Impsa Wind do Brasil, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia. Ele acredita que os certames serão competitivos, mas disse ser muito difícil prever um cenário na comparação com os últimos leilões envolvendo a fonte eólica.
O executivo destacou que a possibilidade de abertura de capital da Energimp despertou bastante interesse do mercado. No entanto, Menghini disse que não existe certeza ou data para que essa possível operação aconteça. É uma possibilidade que está sendo considerada porque existem algumas instituições interessadas em fazer seu negócio, ajudando as empresas que têm plano de crescimento e que estão em boa posição, afirmou. A Impsa possui 55% do capital da Energimp, sendos os demais 45% pertencentes ao FI-FGTS.
Para comportar as demandas futuras, a Impsa pretende investir cerca de R$ 300 milhões para a construção de uma fábrica de equipamentos hidráulicos e para a ampliação da fábrica em Suape, em Pernambuco. Menghini calcula ainda que aproximadamente R$ 50 milhões devem ser destinados a uma nova fábrica de eletrônica e potência, que não possui local definido para instalação. Há um lugar quase definido, mas estamos estudando outras opções, contou.
Menghini ressaltou que existe uma preocupação da Impsa de separar suas duas área de atuação. Segundo o executivo, a empresa trabalha de forma a garantir que todos os clientes possam ter as mesmas condições de concorrência que a própria Energimp. A Energimp para nós é mais um cliente. E, aliás, temos um sócio (FI-FGTS), que solicita que comparemos preços de fornecimento, de modo que a empresa tem que ser muito agressiva para ter preço competitivo, não apenas com seus clientes externos como também com a Energimp, explicou.
Menghini destacou que o montante instalado nos parques eólicos brasileiros deve crescer bastante nos próximos anos. Ele contou que a Impsa possui informações de uma empresa que está considerando investir 1 GW até 2016. Vejo que há potencial para continuar crescendo e apenas algumas empresas brasileiras que estão estudando um plano eólico agressivo. Hoje, se tem [no Brasil] 1 GW instalado. E já existe empresa considerando investir ou ter disponíveis até 1 GW em energia eólica até 2016. O crescimento da energia eólica no Brasil não ficará estagnado, enfatizou.
O vice-presidente da Impsa acredita que o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica foi uma etapa importante para a chegada dos investidores e para a consolidação do setor eólico no Brasil, que atingiu recentemente 1 GW de capacidade instalada da fonte. Do nosso ponto de vista, que temos participado de tudo desde o Proinfa, temos um sistema para garantir a implementação de parques eólicos em condições de menor rentabilidade, mas ajudando a criação de empresas que fabricam equipamentos de geração eólica. Por outro lado, temos a implantação de parques em regiões onde as condições do vento disponível não são as melhores, avaliou.
O executivo avalia que o sistema de concorrência está consolidado e transparente em realação a suas regras. No entanto, ele observou que seria positivo para o segmento a pré-qualificação das empresas participantes para garantir que não haja problemas no futuro a implantação dos parques. Existe gente com boas intenções, mas não possui nem capacidade financeira nem o conhecimento tecnológico para participar de alguns investimentos, disse. Para Menghini, o sistema atual possui tem garantido que os preços sejam competitivos. Ele defendeu que um esforço semelhante seja feito para garantir que os preços de distribuição e transmissão sejam também os mais competitivos possíveis. O preço da energia é fruto dessas três variáveis (geração, transmissão e distribuição), não apenas do custo de geração.
Temos investido e continuando investindo em tecnologia de ponta para garantir que no Brasil resida engenheiros, tecnologia e por consequência possamos oferecer aos clientes uma equipe de know-how, ajudando investidor a obter a melhor solução, disse Menghini.