Especialistas debateram em painel na COP 30 o papel do país na redução e como o Brasil está alinhado ao Global Methane Pledge, com metas de diminuir 30% das emissões até 2030

O setor de óleo e gás no Brasil mostrou avanços no Global Methane Pledge, acordo firmado na COP26, em Glasgow, na Escócia, para reduzir as emissões de metano em 30% até 2030. No painel “Global Methane Pledge – Compromisso Global com Net Zero no âmbito da Redução Global das Emissões de Metano”, realizado na COP30, no Pavilhão Brasil, na quinta-feira (13), o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP) reuniu especialistas para debater sobre o andamento da indústria brasileira na redução das emissões de metano.
A mediadora do debate foi a diretora executiva de Gás Natural do IBP, Sylvie D’Apote, que reforçou que o desafio global da redução das emissões de metano passa por medir melhor, compartilhar aprendizados e melhores práticas, e difundir tecnologias já disponíveis.
“Ter levantamentos precisos, com acompanhamento ao longo dos anos, sobre as emissões fugitivas é o primeiro passo para priorizar recursos e gerar impactos consistentes”, disse D’Apote. No curto e médio prazo, as emissões de metano têm um maior impacto climático que o CO₂, afirmou ela, além de apontar a necessidade de cooperação internacional entre empresas e entre países para a redução destas emissões na produção de petróleo e gás e na cadeia de gás.
Nesse sentido, a diretora para as Américas do International Association of Oil & Gas Producers (IOGP), Faye Gerard, aponta que não há uma única solução para a descarbonização. “O avanço na redução das emissões de metano depende de colaboração, padronização e da aplicação das tecnologias certas para cada operação”, disse Gerard.
Representantes da Petrobras e Equinor estavam no painel, mostrando o que já tem sido feito. Do lado da estatal, a divulgação que a produção de óleo e gás da companhia já responde por menos de 1% das emissões de metano do Brasil. “Reduzimos 70% das emissões de metano desde 2015”, destacou a gerente executiva de Mudança Climática e Descarbonização, Viviana Coelho.
Já a country manager da Equinor no Brasil, Verônica Coelho, destacou o investimento da empresa, a nível mundial, em sistemas avançados de detecção de vazamentos com drones e sensores aplicados em toda a cadeia operacional, para eliminar o flaring (queima de gás) rotineiro em suas operações.
Segundo o diretor geral da Oil and Gas Climate Iniciative (OGCI) e da Oil and Gas Descarbonization Charter (OGDC), o combate ao metano é o “low-hanging fruit” (fruto mais fácil de ser colhido) da transição, pois a tecnologia já existe e a ação pode ser rápida. Especialmente com o uso combinado de satélites, inspeções e melhorias operacionais.
Por sua vez, Sébastien Lahouste, CEO da Fluxys Brasil, destacou que a adoção de padrões globais de excelência por grandes empresas, como os promovidos por iniciativas como OGCI, OGDC e OGMP2.0, tanto no upstream quanto no midstream, é essencial para acelerar a descarbonização.
Sobre a OGDC, nesta sexta-feira (14) houve o lançamento do na COP 30 o Relatório de Status de 2025: Implementando Ações, que destaca o “progresso acelerado e o ímpeto contínuo” das ações das 55 empresas signatárias.
Fonte: Revista Brasil Energia