Com o crescimento da exploração de petróleo no Brasil proporcionado pelas reservas da camada pré-sal, empresas estrangeiras devem invadir o País para atuar na indústria de fornecimento para a atividade offshore. A Petrobras vê o fato como uma importante oportunidade para desenvolver tecnologia e adquirir o conhecimento das grandes potências do segmento no exterior. O objetivo da estatal é auxiliar na estruturação da indústria brasileira de óleo e gás e garantir a utilização de grandes percentuais de conteúdo nacional nos equipamentos encomendados e desenvolvidos pela empresa.
A redução de custos na aquisição de equipamentos e construção de plataformas também faz parte da estratégia da Petrobras. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, avalia que o anúncio feito pela direção da empresa para compra de 28 sondas de perfuração fabricadas no País criará uma pressão na indústria de fornecimento e incentivará a evolução gradual do mercado. “Essa demanda de 28 sondas é uma coisa gigantesca em âmbito internacional. Nunca na história aconteceu algo semelhante”.
A Petrobras lançará nos próximos dias um edital solicitando a compra de sete sondas, com a primeira sendo entregue, obrigatoriamente, até 48 meses após a assinatura do contrato. Todos os equipamentos serão fabricados por um único estaleiro. De acordo com Gabrielli, o preço da primeira sonda deverá ser mais alto do que os das restantes. A redução de valores finais, explica, acontecerá aos poucos e é o que ele espera que ocorra em toda a cadeia produtiva do óleo e gás, garantindo a competitividade em médio prazo.
Como exemplo, Gabrielli observa que as plataformas mais antigas adquiridas pela estatal, que não utilizaram conteúdo nacional, e as mais recentes – como a P51 e P52 – foram obtidas por preços e prazos semelhantes, se os custos forem comparados com ajustes de inflação. O fato mostra que, caso estimulada, a indústria nacional pode aumentar a competitividade e garantir o fornecimento às empresas exploradoras de petróleo na costa brasileira.
Como empresa compradora, a Petrobras, aponta seu presidente, tem a intenção de estimular o crescimento consistente de pequenos e médios fornecedores que precisam passar por uma “curva de aprendizado”. Para isso, conta com ações do Governo Federal, por meio de seus órgãos de desenvolvimento. “O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é maior do que o Banco Mundial e tem um programa de investimento crescente, na lógica do desenvolvimento”.