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Clippings - 30/09/09

Indústria no pré-sal será 65% nacional, diz Dilma

A indústria brasileira produzirá 65% dos equipamentos necessários para a exploração do pré-sal. Na prática, isso significa que as encomendas do setor de petróleo para fornecedores locais saltarão dos atuais US$ 12 bilhões para US$ 20 bilhões por ano na próxima década. Dos investimentos relacionados a projetos (de exploração do pré-sal) no País, cerca de 65% serão colocados junto ao mercado fornecedor local, levando a uma média anual de colocação de US$ 20 bilhões. A situação anterior máxima chegou a US$ 12 bilhões, afirmou a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) sobre o pré-sal, realizada ontem em Brasília.

A ministra garantiu que isso é perfeitamente possível, usando como exemplo os resultados da estratégia adotada desde o início do governo Lula, de estimular a produção nacional. O governo começou a fazer isso já em 2003, quando ressuscitou a indústria naval brasileira, quando obrigamos um maior recurso local e a fazer investimentos aqui. Não fizemos um pedaço das plataformas P-53 e P-55? Não estamos fazendo novamente navios aqui dentro? Não vamos fazer sonda? Podemos fazer, salientou.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, defendeu menor tributação, taxas de juros e condições de financiamento especiais para o setor recuperar a posição privilegiada que a indústria nacional tinha até poucos anos atrás. Faturamos mais de R$ 80 bilhões em 2008, sendo R$ 13 bilhões para exportações para o primeiro mundo. Na década de 80, o Brasil era o quinto maior produtor de bens de capital do mundo; hoje estamos em 14º. Eram 8 mil indústrias e hoje são 4 mil, lembrou. Podemos dar um salto quântico nesse País, mas não depende só de palavras, vai depender de ação, observou.

Questionada sobre esse cenário, a ministra Dilma admitiu o problema, mas reforçou que é possível recuperar o tempo perdido. Vamos completar tudo aquilo da cadeia que acabou, garantiu. Ela destacou que o pré-sal vai acelerar o processo de recuperação. Já fomos, no passado, o segundo produtor de navios do mundo. Ela (a indústria naval) foi desmontada. Agora, no governo Lula, um pouco antes do pré-sal, em 2003, começamos a remontar. Todo o pré-sal só vai aprofundar ainda mais a política industrial de produzir no Brasil e criar aqui uma indústria de fornecimento, de navio, de sonda, disse.

DÉCADAS PERDIDAS. Dilma lembrou que na década de 80, a indústria brasileira chegou a ser superior à coreana, mas o processo de desamparelhamento dos fornecedores locais começou com a crise da dívida, em 1982, e se agravou até meados de 90, que são as chamadas décadas perdidas.

Por isso, quando o presidente Lula fala nunca antes na história desse País tem um fundo grande de verdade, porque somos os primeiros a investir e voltamos a fazer política industrial. Até ontem, o nome fazer política industrial era um exemplo de anacronismo, ou seja, era produzir de forma ineficiente, quando não necessariamente tem que ser, defendeu a ministra.