A decisão da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de intervir na petroleira YPF e expropriar 51% de participação da espanhola Repsol na companhia, recebeu ontem apoio do governo brasileiro.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que se reúne na sexta-feira em Brasília com o ministro de Planejamento argentino, Julio De Vido, afirmou se tratar de uma questão de soberania e descartou reduzir a presença da Petrobrás no país vizinho.
O governo da República Bolivariana da Venezuela, em nota oficial, respaldou a decisão da Argentina de reestatizar a petroleira YPF.
O governo de Hugo Chávez esclareceu, porém, que a nacionalização do petróleo do Orinoco não significou a expulsão ou o rechaço ao investimento estrangeiro no país, já que 11 das 13 empresas privadas estrangeiras que mantinham investimentos na região hoje são sócias da estatal PDVSA.
A presidente da Petrobrás, Graça Foster, que também participará dos encontros em Brasília, informou ter agendado várias reuniões internas para avaliar o quadro no país vizinho.
Em evento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), no Rio, a executiva evitou avaliações sobre a estratégia adotada pelo governo de Cristina Kirchner.
No entanto, lembrou ter sido surpreendida, no início do mês, com o cancelamento de uma concessão da estatal na província de Neuquén.
Desde então, não recebeu novos contatos de Buenos Aires, mas, segundo Graça Foster, isso não terá impacto para a companhia que, segundo ela, tem como prioridade absoluta os investimentos em exploração e produção.
Fomos surpreendidos. (Havíamos) concluído o plano exploratório mínimo na íntegra e anunciado que faríamos a perfuração de seis poços no segundo semestre, disse.