Em outro julgamento, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou seis investidores por utilizarem informações prévias sobre operações na Bovespa que seriam realizadas pelo fundo de pensão Petros. A prática, conhecida como front running, ocorreu entre outubro de 2001 e novembro de 2002.

No julgamento, o colegiado da CVM decidiu multar Lúcio Henrique Ledo Gomes em R$ 392,6 mil; Rogério Rodriguez Almeida em R$ 219,2 mil; Guilhermo Davies em R$ 46,1 mil; Jorge Davies em R$ 70,7 mil; Claus Buckmann Cardoso de Mello em R$ 54,3 mil; e José Henrique Secco Peixoto em R$ 54,3 mil. O sétimo acusado, Raul Davies Mendez, morreu em 5 de janeiro de 2007.

As operações foram realizadas por dois grupos separadamente. Entre fevereiro e agosto de 2002, Lucio Henrique Ledo Gomes realizou 36 day trades (compra e venda no mesmo dia) na Bovespa, intermediados pela Égide Corretora. Dessas operações, 30 envolveram ações negociadas pela Petros no mesmo pregão e tiveram como contraparte o fundo de pensão. Rogério Rodriguez Almeida fez operações semelhantes no dia 26 de junho. Além disso, estas foram as únicas negociações realizadas pelos investidores naquele ano.

Segundo a CVM, os dois tinham uma relação de amizade. Rogério Almeida teve um lucro bruto equivalente a R$ 29.466 e Lúcio Gomes, de R$ 130.889,40.

Outro grupo que também fez operações similares é formado por Guilhermo Davies, Jorge Davies, Claus Buckmann Cardoso de Mello e José Henrique Secco Peixoto. Em novembro de 2002, a família Davies deu ordens à Adipar Distribuidora, por meio de Secco Peixoto. As ordens eram transmitidas a Claus Buckmann, no escritório Alfa CCVM que as executava. Em três operações distintas, o grupo teve lucro bruto de R$ 54.360.

A CVM diz que, no caso de Almeida, Cardoso de Mello e Peixoto, houve também ajuda a terceiros, mas não conseguiu provar a conexão. Os acusados poderão apresentar recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.(Fonte: Valor Econômico)