A estratégia da Vale para diminuir os custos de frete na para o transporte marítimo de minério de ferro do Brasil para a China – que inclui a aquisição de mais de 50 embarcações graneleiras para os próximos anos – é altamente vulnerável, conforme análise publicada na Lloyd`s List, publicação especializada sobre o setor.
É importante lembrar que os US$ 10 bilhões que a Vale destinou para expansão da frota é apenas metade da quantidade que a gigante da mineração brasileira planeja gastar no ano que vem sozinha em seus projetos de mineração global, de acordo com as informações obtidas no texto, que também apontou que a ampliação mudaria as regras do jogo para o setor graneleiro.
Ao todo, serão adicionados 36 VLOCs (very large ore carriers) de 400 mil dwts cada às rotas comerciais mais lucrativas até 2014. A manobra da Vale também sinaliza um retorno histórico a um modelo de transporte marítimo voltado para granéis secos, em uma escala nunca vista anteriormente.
Para que a companhia obtenha sucesso, será necessária a assistência e cooperação do governo chinês para que as embarcações de grande porte possam aportar nos complexos portuários, além de obter autorização para comercializar o minério de ferro a partir de estoques armazenados nos portos.
A análise da Lloyd`s List também cita a insatisfação chinesa quanto ao domínio que as principais produtoras de minério de ferro – como a Vale, BHP Billiton e Rio Tinto – possuem sobre o transporte da commodity pelo modal marítimo, uma vez que o ferro tem se tornado um item cada vez mais necessário para o país.