Diferentemente do investimento dentro do cais do porto, que se desenvolve a despeito de outros investimentos, a aplicação dos recursos na chamada retroárea, a região do entorno do porto, dependerá da realização dos projetos anunciados pela Prefeitura.

Independentemente do que ocorrer na região, revitalizaremos nossa parte do porto. Já estamos fazendo isso e não iremos parar, mas os R$ 180 milhões que aplicaremos no desenvolvimento da zona portuária vão depender também da realização dos projetos de revitalização restantes, anunciados pelo governo e iniciativa privada. O investimento no entorno terá de ser realizado a quatro mãos, diz Luiz Antônio Cerqueira, o presidente da Píer Mauá.

De acordo com o executivo, a empresa procurará imóveis na região para o desenvolvimento de seus empreendimentos, que não necessariamente serão operados pela companhia. A decisão sobre se a empresa irá somente comprar imóveis, ou se vai construir os empreendimentos, ou se, além disso, irá operar os negócios, caberá aos acionistas da Píer Mauá, dois grupos industriais, um do sul e outro de São Paulo. Cerqueira explica que, a princípio, a empresa buscará parceiros especializados nos ramos em que irá empreender. Ele ressalta, contudo, que ainda é cedo para definir essa estratégia. Segundo o presidente da concessionária, a empresa tem áreas potenciais na região que podem chegar a 70 mil metros quadrados.

Cerqueira destaca o ganho turístico atrelado aos investimentos na retroárea. Segundo ele, a opção de hotéis próximos ao terminal de embarque e desembarque de passageiros é um incentivo a uma permanência, na cidade, do turista que viaja em cruzeiros. Hoje, com a proliferação do turismo de cruzeiro na modalidade cabotagem, muitos turistas de Minas Gerais e de outros estados que não são banhados pelo mar, por exemplo, embarcam e desembarcam no porto do Rio. Com a opção de hotéis próximos ao terminal, esses turistas se animarão a ficar mais uns dias na cidade. Esse movimento já está crescendo e tende a aumentar, disse.