A Companhia Docas do Rio (CDRJ) tem o início do 2 ºº semestre como prazo limite para lançar a licitação do terminal público de granéis sólidos em Itaguaí (RJ). O projeto está em discussão desde 2006. “Após idas e vindas a Antaq aprovou a modelagem”, diz Jorge de Mello, presidente da CDRJ. No fim do ano passado, Docas adotou nova estratégia para evitar exigências. O projeto foi detalhado em reuniões com a agência. Na semana passada, seguiu para aprovação formal.
Chamado de “porto do meio”, por ficar entre os terminais arrendados à Vale e à CSN (veja o mapa), o projeto é cobiçado por mineradoras da Serra Azul (MG), como ArcelorMittal e Usiminas.
Esta última negocia em paralelo o acesso ao mar para um porto próprio na região. O terminal seria solução para embarcar o minério das empresas, que hoje não têm saída para o mar. Apesar da perspectiva de lançar em breve o edital, a licitação tende a demorar. “Além de mineradoras, há operadores portuários interessados”, diz Mello.
Orçado em R$1,3 bilhão, o porto ocupará 245 mil metros quadrados e movimentará até 25 milhões de toneladas por ano. A concorrência é prioridade, mas outros movimentos estão em curso em Itaguaí. Até o fim da década, a CDRJ espera que suas receitas saltem dos atuais R$244 milhões para R$700 milhões. Metade virá do complexo. No início de 2012, expira o contrato do Terminal de Alumina (TAL), arrendado à Vale/Valesul nos anos 80. O plano é abrir licitação e agregar outra área ao TAL, que abrigará armazéns. A estatal reservou outros 124 mil metros quadrados para instalar um terminal de granel líquido. Os produtos operados estão em estudo. “Só então pediremos licença ambiental”, diz Mello. A ideia era embarcar químicos mas, com o pré-sal, surgiu demanda para petróleo e derivados. A CSN tem em andamento investimentos de R$800 milhões no Tecar, que expandirão sua capacidade de operação de 25 milhões para 45 milhões de toneladas/ano. Até 2013, a siderúrgica iniciará obras para expandir o cais do Tecar. Além disso, terminais privados em construção na região, como os de LLX e CSN/Gerdau/Petrobras, pagarão para usar o canal de navegação de Docas, que liga Baía de Sepetiba ao mar.