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Clippings - 25/05/11

leilão de energia A-3 terá 10,8GW em termelétricas

Mercado espera forte competição com parques eólicos. Especialistas acreditam que a fonte será competitiva e apontam favoritismo da MPX, que cadastrou usina no Paranaíba para o certame.

O leilão de energia A-3, que acontece em julho e vai contratar usinas com início da geração marcado para janeiro de 2014, terá 10.871MW em termelétricas a gás natural. O montante é muito próximo dos 10.935MW em parques eólicos que se habilitaram para o certame, que também contará com 725MW em pequenas centrais hidrelétricas, 4.580MW em usinas a biomassa e 450MW referentes à expansão da hidrelétrica de Jirau, que está sendo construída no rio Madeira, em Rondônia.

O número é comemorado por Marco Antônio Velloso, diretor executivo da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), que vê a forte presença de usinas a gás natural como muito positiva. Mesmo com os baixos preços registrados pelos parques eólicos nos leilões do ano passado – uma média de R$133 por MWh -, o executivo acredita em uma competição bastante grande entre as fontes. Não sei se o pessoal da eólica vai estar com fôlego para manter essa oferta tão baixa. Acho que vai ser uma disputa muito bonita, no pau a pau.

O presidente da consultoria Andrade & Canellas, João Carlos de Mello, também duvida que os investidores eólicos continuem tão agressivos em seus lances. Acreditamos que o preço das eólicas não vai ser o mesmo. Vão ser maiores que os apresentados e aí teremos uma competição razoável com o gás, analisa o executivo. Para Mello, esse valor da energia gerada a partir dos ventos deve ficar na faixa de R$140 por MWh. Isso porque o valor atingido nos últimos certames pelas eólicas teria sido resultado de uma situação atípica, que combinou sobra de máquinas no mundo, devido à crise financeira, e fabricantes querendo se estabelecer no Brasil.

O consultor também lembra que o grande volume de projetos habilitados mostra que os investidores do setor de gás devem ter conseguido uma proposta interessante junto à Petrobras no que se refere ao fornecimento de combustível para suas usinas. Ainda assim, Mello não tem dúvidas em destacar o favoritismo da MPX, empresa de energia do Grupo EBX, do empresário Eike Batista. Isso porque a empresa deve contar com gás fornecido por um bloco no qual ela própria possui participação junto à OGX, empresa de petróleo da EBX. Será (o empreendedor) mais competitivo de todos. Eles têm todo o controle do processo. Velloso, da Abragef, também aposta na empresa de Eike. A MPX tem uma participação no gás que vai consumir, e isso é uma vantagem competitiva muito importante.

O cadastramento de térmicas a bás para o leilão A-3 foi concluído na última sexta-feira, 19 de maio, e os resultados foram divulgados nesta segunda-feira (23/5) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Ao final do processo, o Rio de Janeiro lidera o ranking de Estados com mais MW em empreendimentos da fonte habilitados – são 4 térmicas que somam 2.222MW em potência. Em seguida aparecem Pernambuco (1.473MW), Rio Grande do Sul (1.467MW), Alagoas (1.309MW), Maranhão (1.204MW) e São Paulo (1.071MW).

Com a soma de todas as fontes, os leilões de A-3 e de energia de reserva vão contar com 582 projetos competindo entre si, representando 27.561MW