
Em evento no terminal da ICTSI, Costa Filho citou interesses do grupo filipino, de empresas chinesas e de fundos árabes de investimentos, além de grupos nacionais como JBS e JSL. Roadshow pré-leilão do MPor deve ocorrer na segunda quinzena de janeiro
O ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou, nesta sexta-feira (12), que o leilão do Tecon Santos 10 já tem mais de 10 players nacionais e internacionais interessados. Ele considera que a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) vai ajudar a atrair novos interessados ao certame, previsto pela pasta para a primeira quinzena de março de 2026. Na semana passada, o plenário da Corte de Contas recomendou, por 6 votos a 3, que a licitação seja realizada em duas etapas, com veto à participação de armadores na primeira fase.
“Como já se tem o desenho de como vai se dar o leilão, tem aparecido muitos novos players querendo participar desse processo”, afirmou Costa Filho, em entrevista a jornalistas durante evento no Porto do Rio para a autorização de R$ 950 milhões a serem investidos no Rio Brasil Terminal pela ICTSI, que ao longo do processo de consultas e análises defendeu o leilão em duas etapas. O grupo filipino confirmou participação no certame logo após a sessão plenária com a recomendação do TCU.
Questionado sobre os interessados em participar do leilão, Costa Filho citou a confirmação recente do ICTSI, além de consultas de empresas chinesas e fundos árabes de investimentos. O ministro também mencionou a possibilidade de presença de grupos nacionais como a JBS e a JSL, bem como alguns fundos de investimentos do mercado financeiro que também teriam interesse em participar.
Segundo o ministro, a decisão sobre a outorga mínima será apresentada em breve. “Ainda estamos discutindo com a área técnica do ministério. Na próxima semana devemos definir o número da outorga mínima (…). É um ativo do Porto de Santos e é importante que a gente defina. Mas estamos fazendo leituras e estudos”, comentou.
Costa Filho afirmou que a tendência do ministério é seguir a recomendação do TCU e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) sobre a modelagem da licitação. Ele acrescentou que, a partir da próxima semana, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) pretende iniciar uma grande rodada de conversas com as embaixadas para preparar um roadshow em janeiro, no Brasil, com empresas nacionais e estrangeiras interessadas no leilão.
Caso tenha adesão, será oportunidade para diálogo depois de um desconforto diplomático gerado com Dinamarca e Suíça, países sede de grandes grupos globais do transporte marítimo (Maersk/APM e MSC/TiL) contrários às restrições à participação de armadores na primeira etapa do certame. Nessa esfera, houve recentemente uma manifestação dirigida ao presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, e ao Itamaraty.
A ideia, segundo o ministro, é promover um debate de maneira ‘democrática e participativa’ com todos os embaixadores de países com investidores interessados. “A partir de agora, estamos estudando a recomendação do TCU. A nossa tendência é seguir o Tribunal de Contas, seguir a Antaq para que a gente possa abrir o leilão em março. A partir da próxima semana, estamos fazendo a agenda de reuniões com vários embaixadores para poder buscar empresas que tenham interesse em participar do leilão Santos 10”, afirmou.
A previsão é que o roadshow ocorra por volta de 15 a 20 de janeiro, na B3, em São Paulo (SP), onde dois meses depois o governo pretende realizar o certame. A expectativa do MPor é que 10 a 20 grupos interessados participem das reuniões. “Na medida em que a gente tenha uma sinalização mais clara desse leilão, vamos ter a participação de muitos investidores internacionais e estrangeiros”, projetou Costa Filho.
Fonte: Revista Portos e Navios