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Clippings - 04/07/11

Leilões exclusivos são pleito para consolidar setor eólico

Pleito foi oficializado, em junho, ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que prometeu estudar a proposta.

Os leilões de energia alternativa realizados pelo governo federal nos dois últimos anos deram um novo vigor para a energia eólica no Brasil: além dos investimentos na construção de inúmeros novos parques geradores, eles criaram uma ambiência de negócios que favoreceu a entrada dos maiores fabricantes de equipamentos para o setor, que estão instalando fábricas no País.

Entretanto, para que esta indústria possa ser consolidada em escala, representantes da atividade defendem a necessidade de se garantir leilões exclusivos para a energia dos ventos. O pleito foi oficializado no último mês ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que prometeu estudar a proposta.

Justificativa

Nós precisamos de leilões exclusivos para gerar volume de produção. Seria necessário que se ofertasse dois mil megawatts (MW) por ano, durante um perãodo de 10 anos, para que pudéssemos consolidar o setor, gerando essa escala, justifica o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Ricardo Simões.

Os rumos da energia eólica no Ceará e no Brasil deverão pautar grande parte das discussões do All About Energy 2011, maior evento sobre energias renováveis da América Latina, que será realizado de amanhí (5) a sexta-feira (8), no Centro de Convenções Edson Queiroz.

Mais leilões

Provavelmente no próximo mês de agosto – e não mais em julho, como se esperava -, o governo federal deverá realizar mais dois leilões de energia, o A-3 e o de reserva. O primeiro está aberto a todas as fontes de energia, e o segundo, para eólica e biomassa. Para Simões, é preciso mudar este formato. Não é razoável que a fonte eólica esteja em concorrência com a biomassa, que emite gases ao efeito estufa, questiona.

Em análise

Segundo ele, o ministro Lobão enviou o pleito do setor ao corpo técnico de seu ministério, que irá analisar a proposta de criar leilões anuais para eólicas.

O presidente da Abeeólica acredita na possibilidade de um certame exclusivo ainda neste ano. Ou o leilão já divulgado seria alterado, ou se criaria um outro. Mas ainda não existe nada acertado, pondera Ricardo Simões.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Ceará atualmente conta com 17 parques eólicos em operação, respondendo por uma produção de 518,9 MW, o que representa 42,8% da energia produzida no Estado.

Em breve, este número passará a 23 parques, contando com aqueles que já receberam outorga de concessão. Daí, a produção subirá para 839,1 MW. Para o leilão de reserva, o Estado conta com 103 projetos inscritos, somando 2.427 MW.

Isto o coloca em quarta posição entre as demais unidades federativas, perdendo para Bahia (3.149 MW), Rio Grande do Norte (3.116 MW) e Rio Grande do Sul (2.591 MW) – o Ceará já foi, anteriormente, o mais procurado por empreendedores do ramo. Mas além do destaque à energia eólica, o All About Energy dedicará também uma atenção especial para a energia solar.

Amanhí, será realizada uma visita técnica à usina solar da MPX, instalada em Tauá e a primeira do tipo de porte comercial no Brasil.

Hoje, o empreendimento está produzindo 1 MW e irá ampliar para 5 MW em dois anos, e para 50 MW em quatro ou cinco anos, segundo garantem os organizadores do evento.

Necessidade

Nós precisamos de leilões exclusivos para gerar volume de produção
Ricardo Simões
Presidente da Abeeólica

No estado

17 parques eólicos estão em operação no Ceará. Contando com aqueles que já receberam outorga de concessão, esse número poderá chegar a 23, com produção de 839,1 MW

MAIS SEGURANÇA
Projeto do Linhão foi concluído

Conforme a Abeeólica, o próximo passo a ser dado é fazer o estudo de viabilidade para saber o custo do projeto

A Abeeólica concluiu o estudo para a construção de uma linha de transmissão que ligaria o litoral da Paraíba ao Maranhão, passando pelo Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. O chamado Linhão seria de 500 kV e não estaria voltado somente para energia eólica, mas a qualquer outra fonte de energia, gerando mais segurança ao suprimento energético da região.

De acordo com o presidente da entidade, o estudo já foi entregue ao Ministério de Minas e Energia (MME), à Empresa de Pesquisa de Pesquisa Energética (EPE) e também para a Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado do Ceará (Seinfra), a pedido do governador Cid Gomes.

Viabilidade

Simões explica que, a partir de agora, deve ser feito o estudo de viabilidade do Linhão, para saber o custo do projeto e, após isso, ser levado a leilão. Na verdade, custo da linha é definido no leilão, e quem financia é quem ganha, diz. Ele acredita que, já no próximo leilão de linhas de transmissão, o Linhão possa ser contemplado.

A falta de linhas de transmissão no Nordeste vem sendo um dos grandes problemas dos projetos eólicos na região. O presidente da Abeeólica, contudo, aponta que as perspectivas são mais positivas agora, com estes certames a serem realizados em agosto. Os leilões já estabelecem que a linha de transmissão deve estar pronta antes da usina, informa. O litoral nordestino, que possui o maior potencial para a produção de energia dos ventos no País, é onde se enfrentam mais problemas com a dificuldade de integração ao Sistema Integrado Nacional.

Entretanto, outras regiões também estão com estudos sendo realizados para resolver os problemas de falta de linhas. Uma linha saindo da Bahia, da região do Rio São Francisco, e indo até o norte de Minas Gerais, passando por áreas de ventos, é uma das possibilidades que estão sendo estudadas. Uma outra é no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai. A área também necessita de reforço na infraestrutura de transmissão energética.