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Clippings - 08/07/09

Licitação da Petrobras tem cinco finalistas

A licitação aberta pela Petrobras para contratar o projeto, engenharia e construção de oito cascos de plataformas destinadas ao pré-sal entra em fase decisiva. Cinco consórcios disputam os cascos das plataformas flutuantes que produzem, estocam e escoam petróleo. Quem ganhar leva encomenda estimada em US$ 4 bilhões. O prazo para abertura das propostas pela PNBV, subsidiária da Petrobras na Holanda, dona de quase todas as plataformas da estatal, está previsto para o dia 31. No setor comente-se que pode ficar para agosto.

Antes, nos dias 17 e 24, estão previstas as entregas das propostas técnicas e comerciais, datas que também podem sofrer atrasos. Uma das exigências é de que os consórcios demonstrem que têm experiência em projetos semelhantes. Isso levou a que estaleiros e empresas de engenharia se associassem a companhias que detêm tecnologia e experiência em projetos do gênero.

O Valor apurou que está na disputa pela construção dos cascos a Keppel Fels, de Cingapura, associada à Single Buoy Moorings (SBM), de Mônaco, e à brasileira WTorre. Outro consórcio reúne a Engevix e GVA. O estaleiro Atlântico Sul, de Pernambuco, fechou acordo com a norueguesa LMG, enquanto a UTC Engenharia associou-se no projeto à francesa Doris Engineering. O grupo Andrade Gutierrez ainda avalia se vai entrar na concorrência em parceria com a coreana Huyndai.

Trata-se de um setor novo para a Andrade, que chegou a negociar participação acionária no Atlântico Sul, liderado pela Camargo Corrêa, mas desistiu do negócio. O grupo Andrade não tem expertise em projetos na indústria de óleo e gás e considera que uma licitação deste porte precisa ser cuidadosamente analisada. Ele tem como estratégia atuar na área de infraestrutura, mas também voltou-se para prestação de serviços de gestão de aeroportos e de estradas em projetos aliados à construção.

O vencedor será responsável por entregar os oito cascos, que serão construídos no dique seco de Rio Grande (RS), obra a cargo da WTorre. O dique, previsto para ficar pronto em janeiro, será alugado à Petrobras em contrato de longo prazo.

Definida a concorrência dos cascos, a estatal deverá licitar os módulos de geração, compressão e integração que vão equipar as plataformas. Elas estão previstas para começarem a operar no pré-sal em 2015 e 2016 e terão capacidade de produção diária de 120 mil barris de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo informações divulgadas em setembro de 2008 pela Petrobras. Procurada, a estatal disse que não iria comentar o assunto enquanto a licitação não for concluída.

Ariovaldo Rocha, membro do conselho do Atlântico Sul e presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), confirmou a participação do estaleiro na licitação dos cascos e avaliou a importância da encomenda: Temos capacidade para processar mais aço nos estaleiros no país e os cascos vão representar criação de empregos e renda. Os oito cascos fazem parte de um lote de dez plataformas para o pré-sal que vão operar em águas ultraprofundas, entre 2,4 mil e 3 mil metros. As outras duas unidades, para os reservatórios de Iara e Guará, serão contratadas pelo sistema de afretamento (as empresas constroem e alugam as plataformas à Petrobras por 15 anos) e devem começar a produzir em 2013 e 2014.(Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes e Heloisa Magalhíes, do Rio)