O edital da concorrência está pronto e será divulgado ao mercado assim que for aprovado na reunião de diretoria, o que pode acontecer na próxima semana. Está avançada também a negociação com a Shapoorji sobre a plataforma de Barracuda-Caratinga

A Petrobras vai lançar neste mês o edital da última de uma série de grandes licitações de FPSOs que vão ser instalados em campos maduros da Bacia de Campos. O formato de contratação do navio-plataforma que vai ser instalado na área de Albacora já foi definido pela equipe técnica. Falta apenas passar pelo crivo da diretoria executiva, que se reúne semanalmente. Concluída essa fase, o edital vai ser divulgado ao mercado, segundo apurou a Brasil Energia.
A aprovação do edital do FPSO de Albacora não entrou na pauta da reunião de diretoria desta quarta-feira, mas a expectativa é de que seja incluída na da semana que vem. A ideia é disparar o edital ao mercado assim que for aprovado, nas próximas semanas ou, no mais tardar, no início de março.
Também está avançada a negociação para contratar o FPSO para os campos Barracuda e Caratinga. A Petrobras segue conversando com a indiana Shapoorji, única empresa a apresentar proposta na licitação, em setembro do ano passado. Os projetos de Albacora e Barracuda-Caratinga fazem parte de um programa de US$ 23 bilhões de investimento para resgatar a relevância do pós-sal do litoral fluminense no portfólio da petrolífera.
A estatal teve dificuldade no ano passado, no entanto, de emplacar suas licitações por falta de interessados. Para tentar reverter o quadro, ela substituiu o modelo de contratação de afretamento pelo de BOT (Build, Operate and Transfer), em que uma empresa é contratada para desenvolver o projeto, construir, montar e operar o ativo por um período definido em contrato. Em seguida, a operação é transferida à Petrobras. No modelo de afretamento, o prazo de operação pelo fornecedor é mais longo. Além disso, a petrolífera se comprometeu a pagar pela obra à medida que ela for avançando, o que exige menos capital de giro do fornecedor.
A Petrobras adotou o modelo de BOT nas duas últimas licitações de FPSO lançadas, para os campos de Marlim Sul e Marlim Leste e para o projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP I e SEAP II). As duas concorrências estão abertas. Com a mudança, a empresa espera resolver a dificuldade das fornecedoras de conseguir financiamento.
O FPSO de Albacora chegou a receber propostas das empresas BW Offshore e Ocyan no ano passado, na primeira tentativa de licitação. Mas a negociação não foi adiante por conta dos valores cobrados. A primeira pediu US$ 1,2 bilhão e a segunda, US$ 1,7 bilhão. A posição da estatal é que não há justificativa para pagar valores elevados numa plataforma com características simples. A embarcação vai ter capacidade para produzir 120 mil barris por dia (bpd) e comprimir até 6 milhões de m3 por dia de gás natural.
Fonte: Revista Brasil Energia