A limpeza de cascos de navios é atividade freqüente no setor naval. Primeiro pela necessidade de se retirar as incrustações marinhas – organismos sésseis tais como cracas, ostras, algas, mexilhões – e também, para o aumento da vida útil das embarcações. Técnicas de limpeza foram desenvolvidas para prolongar o uso das embarcações e corresponder as exigências ambientais.
Como conseqüência da atual conjuntura econômica, os proprietários de navio são cada vez mais obrigados a disponibilizar suas embarcações por perãodos mais longos. Anteriormente a limpeza dos cascos era feita por meio de raspagem pelos mergulhadores. Atualmente, equipamentos constituídos basicamente por escovas têm maior eficácia na limpeza subaquática.
“Hoje em dia a lavagem de cascos é fundamental”
O procedimento pode ser realizado debaixo da água ou com ferramentas de alta pressão em doca seca e pode ser repetido sempre que necessário durante a vida útil do navio, sem causar danos ou deterioração da qualidade dos cascos. “Hoje em dia a lavagem de cascos é fundamental. Desenvolvemos uma máquina que usa a pressão da água para movimentar as escovas. É um trabalho rápido e eficaz”, explica o especialista da Poseidonn Mergulho e Alpinismo, Ricardo Brandão, em entrevista a Nicomex Notícias.
A utilização da tecnologia para melhorar os processos de limpeza têm sido muito exigidos também pelos órgãos ambientais. Produtos tóxicos, como granalhas de cobre e ferro conhecidos como escória, resultantes dos procedimentos feitos nos cascos podem poluir se despejados no meio ambiente. Para evitar esse tipo de dano a indústria naval chegou a usar tintas envenenadas contra a fixação dos organismos marinhos nos cascos. No entanto, esse material foi proibido. “A embarcação com o tempo perde a proteção contra as incrustações marinhas. O material usado pelas embarcações agora é o teflon, forma exigida pelo setor ambiental”, ressalta Brandão.
Durante sua entrevista para a revista NN ele explicou que as sujeiras nos cascos aumentam o peso do navio, já que deixa a embarcação lenta, até para fazer manobras e o atrito com água gera maior consumo de combustíveis. “Portanto, no intervalo de cinco anos precisamos fazer a inspeção”, disse o especialista da Poseidonn. O perigo maior, segundo ele, da falta de limpeza ou a limpeza feita em forma de raspagem é organismos fixados ali invadirem o nosso ecossistema marinho, como aconteceu em Macaé onde já não se encontra nas praias as conchas naturais da região que foram dizimadas por bactérias vindas de fora. “O mesmo aconteceu na baía da Guanabara”, finalizou Brandão.
Por Patrícia Nascimento
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