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Clippings - 27/07/09

Lixo torna-se grande dor de cabeça para a UE

A Europa produz cada vez mais lixo e o tratamento e eliminação desse material, sem prejudicar o ambiente, está se tornando uma enorme dor de cabeça para os governos do continente. A Comissão Europeia alerta que os países precisam rever seus padrões de consumo e produção se quiserem evitar ser submersos por lixo. Com a grande produção de lixo e a busca de tratamento deste material sem prejudicar o meio ambiente esta causando cada vez mais problemas e dor de cabeça para o governo do continente Europeu.

A situação chega ao ponto de a Comissão Europeia, braço executivo da UE, alertar que os 27 países-membros precisam rever seus padrões insustentáveis de consumo e produção se quisermos evitar ser submersos por lixo.

O Reino Unido, denunciado na semana passada pelo Brasil no Secretariado da Convenção de Basileia pelo tráfico de resíduos perigosos, é um dos países europeus com pior tratamento de detritos. O caso com o Brasil começou após lixo britânico começar a ser encontrado em território brasileiro no fim do mês passado. Armazenada em 89 contêineres distribuídos nos Portos de Santos (SP) e de Rio Grande (RS) e em uma estação alfandegária de Caxias do Sul (RS), a mercadoria importada como plástico para reciclagem na verdade tem mais de 1,7 mil toneladas de lixo doméstico e hospitalar.

Na Europa, cada homem, mulher e criança produzia 460 kg de resíduos urbanos em 1995. Essa relação passou para 520 kg em 2004 e a projeção é de alcançar 680 kg por pessoa até 2020, diante da alta do consumo.

A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), reunindo 30 países, desde os mais ricos aos remediados como México e Coreia do Sul, estima que a geração de lixo urbano entre seus membros vai crescer 35% entre 2005 e 2030, representando 800 milhões de toneladas por ano.

A dor de cabeça sobre o que fazer com o lixo é evidente porque ninguém quer ter aterro sanitário ou incinerador perto de sua casa, afirma a OCDE. Os EUA produzem muito lixo, mas têm muita terra barata e dá para ter aterros. Mas isso é impossível hoje no Japão ou Dinamarca.

Do lixo atual nos países da OCDE, que incluem os europeus, cerca da metade vai para aterros sanitários, 30% são reciclados e 20% incinerados. Os governos tentam impulsionar programas para que a reciclagem chegue a 40% em 2030.

A União Europeia estabeleceu uma diretriz as seus 27 países-membros para reduzir o uso de aterros sanitários, que são a pior forma ambiental de se desembaraçar de detritos.

O Reino Unido faz um trabalho ruim, de acordo com ONGs, no que fazer com os detritos comparado a outros países europeus, incluindo os novos do leste. Os britânicos dependem muito mais de aterros sanitários, a pior forma ambiental de se livrar do lixo. Não tem comparação com o desempenho da Alemanha e Suécia, países que reciclam bastante.

Segundo estudo publicado em Londres, o Reino Unido pode sofrer perdas de centenas de milhões de dólares a partir do ano que vem com multas aplicadas pela UE pelo desrespeito às diretivas europeias e também pela falta de reciclagem de materiais interessantes para certos setores industriais.

Na Europa, o comércio de imundícies chegou às manchetes ano passado com a crise em Nápoles, na Itália, onde a Máfia controlava o setor. O governo italiano acabou construindo um incinerador em Nápoles, mas a cidade continua acumulando lixo nas ruas. (Com informações Valor Econômico)